Bem-te-vi – (Pitangus sulphuratus)

Bem-te-vi – (Pitangus sulphuratus)

O bem-te-vi é uma ave da família dos Tyrannidae. Também conhecido como bem-te-vi-de-coroa e bem-te-vi-verdadeiro, é provavelmente o pássaro mais popular de nosso país, podendo ser encontrado em cidades, matas, árvores à beira d’água, plantações e pastagens. Em regiões densamente florestadas habita margens e praias de rios.

Bem-te-vi Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Bem-te-vi
  • Nome inglês: Great Kiskadee
  • Nome científico: Pitangus sulphuratus
  • Família: Tyrannidae
  • Subfamília: Tyranninae
  • Habitat: Tem uma distribuição geográfica que se estende do sul dos Estados Unidos até à Argentina.
  • Alimentação: Come de tudo, desde frutas e flores até insetos e ovos de passarinhos. Apesar de ser mais comum vê-lo capturar insetos pousados em ramos, também é comum atacá-los durante o voo. Aprecia os frutos da fruta-de-sabiá ou marianeira (Acnistus arborescens), chala-chala (Allophyllus edulis), araticum ou marolo (Annona coriacea), magnólia-amarela (Michelia champaca) e do tapiá ou tanheiro Alchornea glandulosa. Costuma frequentar comedouros com frutas.
  • Reprodução: Constrói seu ninho de forma esférica com capim, ramos de vegetais e podem inclusive utilizar, sobretudo em zonas urbanas, papel, plástico e fios, põe cerca de quatro ovos. Existem muitos registros de nidificação em cavidades em árvores, rochas e estruturas artificiais, em vários países; é, portanto, ave que nidifica em cavidades. ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Bem-te-vi Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede entre 20,5 e 25 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 60 gramas. Tem o dorso pardo e a barriga de um amarelo vivo; uma listra (sobrancelha) branca no alto da cabeça, acima dos olhos; cauda preta. O bico é preto, achatado, longo, resistente e um pouco encurvado. A garganta (zona logo abaixo do bico) é de cor branca. Possui um topete amarelo somente visível quando a ave o eriça em determinadas situações. O seu canto trissilábico característico lembra as sílabas bem-te-vi, que dão o nome à espécie.

Possui dez subespécies reconhecidas:

  • Pitangus sulphuratus sulphuratus (Linnaeus, 1766) – ocorre da região tropical do sudoeste da Colômbia até o sudeste do Peru, as Guianas e no norte do Brasil;
  • Pitangus sulphuratus texanus (Van Rossem, 1940) – ocorre nos Estados Unidos da América do Sul do estado do Texas, no vale do Rio Grande até o sudoeste do México no estado de Veracruz;
  • Pitangus sulphuratus derbianus (Kaup, 1852) – ocorre na região árida do Oeste do México, no sul do estado de Sonora até o istmo de Tehuántepec;
  • Pitangus sulphuratus guatimalensis (Lafresnaye, 1852) – ocorre no sudeste do México, na região de Nuevo León até o centro do Panamá;
  • Pitangus sulphuratus trinitatis (Hellmayr, 1906) – ocorre do extremo leste da Colômbia até o leste da Venezuela e noroeste do Brasil; ocorre também na Ilha de Trinidad;
  • Pitangus sulphuratus caucensis (Chapman, 1914) – ocorre no oeste e Sul da Colômbia, no sudoeste da região de Bolívar, Cauca e no vale de Magdalena;
  • Pitangus sulphuratus rufipennis (Lafresnaye, 1851) – ocorre na costa norte da Colômbia e no norte da Venezuela;
  • Pitangus sulphuratus maximiliani (Cabanis & Heine, 1859) – ocorre da Amazônia brasileira até o leste da Bolívia e no Chaco do Paraguai;
  • Pitangus sulphuratus bolivianus (Lafresnaye, 1852) – ocorre no planalto do leste da Bolívia, da região de Cochabamba até Tarija;
  • Pitangus sulphuratus argentinus (Todd, 1952) – ocorre no extremo sudeste do Brasil até o leste do Paraguai, no Uruguai e na região central da Argentina.
Bem-te-vi Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

É agressivo, ameaça até gaviões e urubus quando esses se aproximam de seu “território”. Costuma pousar em lugares salientes como postes e topos de árvores. Pode-se vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos tanques ou chafarizes das praças públicas, demonstrando grande capacidade de adaptação. É um dos primeiros a cantar ao amanhecer. Anda geralmente sozinho, mas pode ser visto em grupos de três ou quatro.

Bem-te-vi Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Bentevizinho-de-penacho-vermelho – (Myiozetetes similis)

Bentevizinho-de-penacho-vermelho – (Myiozetetes similis)

O bentevizinho-de-penacho-vermelho Myiozetetes similis é uma ave da família Tyrannidae. Conhecido também como bem-te-vizinho.

Bentevizinho-de-penacho-vermelho Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Bentevizinho-de-penacho-vermelho
  • Nome inglês: Social Flycatcher
  • Nome científico: Myiozetetes similis
  • Família: Tyrannidae
  • Subfamília: Tyranninae
  • Habitat: Ocorre em grande parte do Brasil, e em alguns países da América do Sul encontrado também na América Central. Os indivíduos que ocorrem em regiões com clima mais frio realizam movimentos de migração para regiões mais quentes nas épocas de inverno
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de insetos capturados durante pequenos voos, come também pequenas frutas.
  • Reprodução: Constrói o um ninho com capim que é colocado em uma forquilha. As vezes fica localizado em galhos sobre a água ou próximo a colmeias e formigueiros, garantindo, assim, uma proteção extra contra predadores. Põe dois ou três ovos esbranquiçados com pequenas pintas marrons.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Bentevizinho-de-penacho-vermelho Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede entre 16 e 18,5 centímetros de comprimento e pesa entre 24 e 27 gramas. Espécie sem dimorfismo sexual aparente.  Tem os olhos claros, bochechas pálidas, manto marrom oliváceo com distinção na coloração quando comparado às coberteiras e rêmiges, rêmiges primárias castanhas de borda clara, retrizes uniformemente castanhas e penacho vermelho.

Possui sete subespécies:

  • Myiozetetes similis similis (Spix, 1825) – ocorre do Leste da Colômbia até o Norte da Bolívia, Venezuela e Norte da Amazônia brasileira;
  • Myiozetetes similis columbianus (Cabanis & Heine, 1859) – ocorre da região tropical do Sudoeste da Costa Rica até o Norte da Colômbia e Norte da Venezuela;
  • Myiozetetes similis pallidiventris (Pinto, 1935) – ocorre no Brasil do Leste do estado do Pará até o Leste do Paraguai e Nordeste da Argentina;
  • Myiozetetes similis texensis (Giraud, 1841) – ocorre do Leste do México, ao Sul de Tamaulipas até o Norte da Costa Rica;
  • Myiozetetes similis primulus (van Rossem, 1930) – ocorre no Oeste do México, no Sul do estado de Sonora até o Norte do estado de Sinaloa;
  • Myiozetetes similis hesperis (A. R. Phillips, 1966) – ocorre no Oeste do México, no Sul do estado de Sinaloa até o Sul do estado de Zacatecas, no Sudoeste do estado de Puebla e em Oaxaca;
  • Myiozetetes similis grandis (Lawrence, 1871) – ocorre do Oeste do Equador, na região de Esmeraldas até o extremo Noroeste do Peru, na região de Tumbes.

(Clements checklist, 2014).

Bentevizinho-de-penacho-vermelho Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

Frequenta matas ou capoeiras mais conservadas, quase sempre próximo a algum curso d’água geralmente aos pares ou em pequenos grupos familiares, que são muito barulhentos. Não se adapta muito às regiões campestres ou cidades pouco arborizadas.

Bentevizinho-de-penacho-vermelho Foto – Afonso de Bragança

Referências & Bibliografia: