A alma-de-gato Piaya cayana é uma ave da família Cuculidae. Também é conhecida pelos nomes populares de alma-de-caboclo, alma-perdida. Ocorre em todo o Brasil e tem uma vasta distribuição na América Latina até ao México.
- Nome popular: Alma-de-gato
- Nome inglês: Squirrel Cuckoo
- Nome científico: Piaya cayana
- Família: Cuculidae
- Subfamília: Cuculinae
- Habitat: Encontrado em todo o Brasil e tem uma vasta distribuição na América Latina.
- Alimentação: Alimenta-se basicamente de insetos, principalmente lagartas, que captura ao examinar as folhas, inclusive em suas partes inferiores. É curioso notar que come até mesmo lagartas com espinhos aparentemente venenosos. Também consome frutinhas, ovos de outras aves, motivo pelo qual é muitas vezes afugentado por suiriris e outras espécies que estejam com ovos e filhotes. Também caça lagartixas e pererecas
- Reprodução: Na primavera, início do período reprodutivo, canta incansavelmente durante todo o dia. O ninho é em forma de panela rasa, feito de galhos frouxamente entrelaçados. A fêmea bota cerca de 6 ovos, que possuem uma casca com aspecto peculiar devido à aparência mineral. Os pais se revezam tanto na incubação, que leva cerca de 14 dias, quanto na alimentação dos filhotes, que permanecem no ninho por cerca de uma semana e passam mais duas na dependência dos pais. ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL.
- Estado de conservação: Pouco preocupante.
Características:
Apresenta plumagem ferrugínea nas partes superiores, peito acinzentado, ventre escuro, cauda longa, escura e com as pontas das retrizes claras, bico amarelo e íris vermelha. Sua cauda excepcionalmente grande a torna inconfundível, mede cerca de 50 centímetros
Possui quatorze subespécies:
- Piaya cayana cayana (Linnaeus, 1766) – ocorre no vale do Orinoco na Venezuela, nas Guianas e no norte do Brasil;
- Piaya cayana mehleri (Bonaparte, 1850) – ocorre no nordeste da Colômbia, na Venezuela (nas áreas costeira até o leste na península de Paría);
- Piaya cayana mesura (Cabanis & Heine, 1863) – ocorre na Colômbia no leste da cordilheira dos Andes e no Equador;
- Piaya cayana circe (Bonaparte, 1850) – ocorre no oeste da Venezuela, na região sul do lago de Maracaibo;
- Piaya cayana insulana (Hellmayr, 1906) – ocorre na ilha de Trinidad;
- Piaya cayana obscura (E. Snethlage, 1908) – ocorre no Brasil ao sul do rio Amazonas, na região entre os rios Juruá e Tapajós;
- Piaya cayana hellmayri (Pinto, 1938) – ocorre no Brasil ao sul do rio Amazonas, na região de Santarém até o delta do rio Amazonas;
- Piaya cayana pallescens (Cabanis & Heine, 1863) – ocorre no leste do Brasil, nos estados do Piauí, Pernambuco, Bahia e Goiás;
- Piaya cayana cabanisi (Allen, 1893) – ocorre na região Centro-oeste do Brasil, nos estados de Mato Grosso e Goiás);
- Piaya cayana macroura (Gambel, 1849) – ocorre no sudeste do Brasil até o Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina;
- Piaya cayana mogenseni (J. L. Peters, 1926) – ocorre no sul da Bolívia e no noroeste da Argentina;
- Piaya cayana mexicana (Swainson, 1827) – ocorre na costa do Oceano Pacífico no México, do estado de Sinaloa até o istmo de Tehuántepec;
- Piaya cayana nigricrissa (Cabanis, 1862) – ocorre no oeste da Colômbia e do Equador e também na região central do Peru.;
- Piaya cayana thermophila (P. L. Sclater, 1860) – ocorre no leste do México até o Panamá, no noroeste da Colômbia e nas ilhas costeiras.
Comentários:
O comportamento desta ave, lembra muito os esquilos pelo modo como pula entre as ramagens com sua longa cauda. Seu nome comum em português, alma-de-gato, refer-se à sua vocalização e ao seu modo sorrateiro, até mesmo um tanto misterioso. Costuma imitar o chamado de alerta ou perigo de algumas aves como o bem-te-vi Pitangus sulphuratus e Maria-cavaleira Myiarchus ferox para poder capturar insetos que se desprendem da ramaria, consequência dos movimentos provocados pela movimentação de outras aves. Apesar de seu tamanho, consegue se deslocar sem ser facilmente notado. Ocorre em matas ciliares, matas secundárias, capoeiras, parques e bairros arborizados até mesmo das maiores cidades brasileiras. Habita os estratos médio e superior dessas matas, deslocando-se através da copa das árvores e arbustos, quase nunca descendo ao solo. Anda sozinho ou aos pares
Consulta bibliográfica sobre a espécie:
- FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
- SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
- Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
- ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
- CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.
Referências
- Wikiaves – disponível em http://www.wikiaves.com.br/alma-de-gato Acesso em 08 Setembro de 2010.
- Terra da Gente – disponível em http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/fauna/noticia/2016/06/alma-de-gato-se-destaca-por-cauda-e-pelo-canto-que-remete-um-felino.html Acesso em 28 Agosto de 2016