Pipira-vermelha – (Ramphocelus carbo)

Pipira-vermelha – (Ramphocelus carbo)

A pipira-vermelha Ramphocelus carbo é uma ave da família Thraupidae. Conhecida como bico-de-prata, pipira-de-papo-vermelho e pipira-de-prata. Ocorre desde as Guianas e Venezuela até a Bolívia, Paraguai e Brasil Amazônico, estendendo-se do leste até o Piauí e para o sul pelo Brasil central até o oeste do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul.

Pipira-vermelha Foto – Expedito Máximo
  • Nome popular: Pipira-vermelha
  • Nome inglês: Silver-beaked Tanager
  • Nome científico: Ramphocelus carbo
  • Família: Thraupidae
  • Subfamília: Tachyphoninae
  • Habitat: Ocorre desde as Guianas e Venezuela até a Bolívia, Paraguai e Brasil Amazônico, estendendo-se do leste até o Piauí e para o sul pelo Brasil central até o oeste do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul.
  • Alimentação: Alimenta-se sempre de invertebrados, em especial insetos dipteros. Come também de frutos. Pode tanto estar em bandos próprios, como associado a outras espécies. Acompanha as formigas de correição para apanhar as presas escapando delas. Frequenta comedouros com frutas.
  • Reprodução:Começa a fase reprodutiva aos 10 meses de idade. Nidifica durante quase todo ano na Amazônia oriental. No sudoeste amazônico nidifica comumente em ambientes ambientes abertos com pomares, próximo a atividades antrópicas (Lima et al. 2019, Lima & Guilherme 2020). Os ninhos têm formato de xícara construídos em forquilhas, na base de folhas de palmeiras ou lateralmente entre dois ou mais galhos. Cada ninhada geralmente tem entre 2 e 3 ovos brancos com manchas marrom escuras, incubados por cerca de 13 dias, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante
Pipira-vermelha Foto – Expedito Máximo

Características:

Tem em média18 cm de comprimento e pesa entre 21,5 e 37,5 gramas, dependendo da subespécie (ver biometrias da subespécie R. c. connectens em Lima & Guilherme 2020). A grande característica da espécie é a base branca do bico do macho. Parece uma peça de porcelana, pelo brilho e formato. Fêmeas e machos juvenis não a possuem. Nesses últimos, o bico vai adquirindo, pouco a pouco, a coloração final, Desse modo, algumas aves com plumagem feminina e base do bico destacada podem ser os machos juvenis. Nos machos, o negro domina a plumagem do corpo, com tons avermelhados na parte da frente. O vermelho destaca-se conforme a iluminação do local e aumenta de intensidade em aves tomando sol, quando as penas são afastadas entre si, algumas na cabeça parecendo cabelos, ao serem eriçadas. As fêmeas e machos juvenis apresentam o negro na parte superior do corpo e as partes inferiores lavadas de marrom avermelhado. Vários machos estão presentes nos bandos, o que permite logo a identificação da espécie, caso haja dúvidas quanto à fêmea.

Possui oito subespécies:

  • Ramphocelus carbo carbo (Pallas, 1764) – ocorre do sudeste da Colômbia até as Guianas, no leste do Peru e no norte do Brasil;
  • Ramphocelus carbo unicolor (P. L. Sclater, 1856) – ocorre ao leste dos sopés da Cordilheira dos Andes da Colômbia, na região de Cundinamarca e na região de Meta;
  • Ramphocelus carbo magnirostris (Lafresnaye, 1853) – ocorre na Ilha de Trinidad no Caribe; um único espécime foi coletado no nordeste da Venezuela, na província de Sucre;
  • Ramphocelus carbo venezuelensis (Lafresnaye, 1853) – ocorre no leste da Colômbia e no oeste da Venezuela;
  • Ramphocelus carbo capitalis (Allen, 1892) – ocorre no nordeste da Venezuela, da região de Anzoátegui até o sudeste de Monagas, e no delta do Amacuro;
  • Ramphocelus carbo connectens (Berlepsch & Stolzmann, 1896) – ocorre no sudeste do Peru, da região de Cuzco até o noroeste da Bolívia, na região do Rio Beni;
  • Ramphocelus carbo atrosericeus (Orbigny & Lafresnaye, 1837) – ocorre no norte e no leste da Bolívia;
  • Ramphocelus carbo centralis (Hellmayr, 1920) – ocorre na região leste e central do Brasil e na região adjacente do leste do Paraguai.
Pipira-vermelha Foto – Expedito Máximo

Comentários:

No baixo Amazonas, costuma ser a espécie mais abundante, influindo consideravelmente nesta impressão o hábito de viver em pequenos grupos. Durante os deslocamentos, emite uma nota alta, metálica e rápida, para manter contato entre si. Na eventualidade de qualquer perturbação, esse chamado é utilizado como alarme e todo o bando começa a piar junto, enchendo o ambiente com esses pios. Aproxima-se da origem da perturbação e, graças ao alarido, outras espécies fazem o mesmo, às vezes facilitando a observação. Chega a ser surpreendente o número de pipiras de um bando, depois que começam a aparecer. Costuma andar em grupos de até 20 aves pelas matas ciliares, matas secas, cambarazais, cerradões, vegetação ribeirinha e capoeira baixa. Dificilmente frequenta áreas abertas.

Pipira-vermelha Foto – Expedito Máximo

Referências & Bibliografia:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/pipira-vermelha Acesso em 18 Março de 2010.
  • Wikipédia – disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pipira-vermelha Acesso em 31 de Outubro de 2011.

Pipira-preta – (Tachyphonus rufus)

Pipira-preta – (Tachyphonus rufus)

A pipira-preta Tachyphonus rufus é uma ave da família Thraupidae. Ocorre desde a Costa Rica até á Argentina e por todo o Brasil.

Pipira-preta Foto Daniel Esser
  • Nome popular: Pipira-preta
  • Nome inglês: White-lined Tanager
  • Nome científico: Tachyphonus rufus
  • Família: Thraupidae
  • Subfamília: Tachyphoninae
  • Habitat: Ocorre em toda a região Norte, localmente em áreas pouco florestadas. Também na região Centro Oeste e Nordeste, e boa parte do Sudeste, até São Paulo. Encontrado também Encontrada também na Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina, na ilha Margarita, Venezuela e em Trinidad e Tobago.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de frutinhas, folhas, botões de flor e néctar. Eventualmente vai ao solo, em busca de insetos, adora bananas e mamões maduros. Acompanha bandos mistos de outros pássaros em busca de comida.
  • Reprodução: Reproduz-se construindo um ninho grosseiro, em formato de xícara, localizado em arbustos baixos. Põe de 2 a 3 ovos cor-de-ferrugem-clara com pintas marrons chocados por 13 dias. Tem em média 2 ninhadas por estação.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Pipira-preta Foto – Aisse Gaertner

Características:

Mede em média 17 cm de comprimento e pesa entre 26 e 42. O macho é preto brilhante e a fêmea é marrom. A pipira é também conhecida como encontro-de-prata devido às manchas brancas, em forma de dragonas, que o macho tem sob as asas e que ficam à mostra durante o voo. Os filhotes são marrons.

Pipira-preta Foto – Hilton Filho

Comentários:

Frequenta clareiras, bordas arbustivas de florestas e outros locais com vegetação arbórea, principalmente em áreas úmidas e próximas à água, longe das cidades. Vive quase sempre aos pares, nos estratos baixo e médio da vegetação, raramente juntando-se a bandos mistos. Boa voadora, é capaz de pairar no ar para apanhar um frutinha ou um inseto.

Pipira-preta Foto – Ivan Cesar

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

Referências