Arapaçu-verde – (Sittasomus griseicapillus)

O arapaçu-verde, é uma ave da família Dendrocolaptidae. Também conhecido por arapaçu-de-cabeça-cinza e cutia-de-pau-pequena. Nativo da América do Sul, mede cerca de 15 cm de comprimento, com dorso e cabeça esverdeados, bico fino e curto.

Arapaçu-verde Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Arapaçu-verde
  • Nome inglês: Olivaceous Woodcreeper
  • Nome científico: Sittasomus griseicapillus
  • Família: Dendrocolaptidae
  • Subfamília: Sittasominae
  • Habitat: Ocorre em todo o Brasil, em matas fechadas e bordas de floresta.
  • Alimentação: Apanham insetos sobre a casca e em pequenos buracos no tronco. Associam-se a outras aves seguindo formigas de correição, apanhando insetos espantados pela caçada das formigas.
  • Reprodução: Casais monogâmicos nidificam em cavidades nas árvores. A postura é de 2 a 3 ovos incubados em duas semanas. Os filhotes permanecem com os pais por alguns meses.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Arapaçu-verde Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede cerca de 15 cm de comprimento, tem o bico pequeno e reto, pouco notável e diferente dos demais arapaçus. O meio das costas e a cauda são marrom avermelhadas, com a cabeça e resto das costas cinza oliváceo. A barriga e peito são cinza escuros. Quando voam de um tronco a outro, sob boas condições de luz, aparece a faixa amarelada nas penas de vôo cruzando o meio das penas longas das asas.

Apresenta 15 subespécies reconhecidas:

  • Sittasomus griseicapillus griseicapillus (Vieillot, 1818) – ocorre no centro da América do Sul, no sudeste da Bolívia (ao sul da região de Santa Cruz até a região de Tarija), no sul e centro do Brasil (no sudoeste do estado de Mato Grosso e no estado do Mato Grosso do Sul); no norte e oeste do Paraguai, no centro e norte da Argentina (na região de Catamarca, Santiago del Estero e na região de Santa Fé).
  • Sittasomus griseicapillus sylviellus (Temminck, 1821) – ocorre no sudeste da América do Sul, no sul e sudeste do Brasil (até o sudeste de Goiás, em Minas Gerais e no estado do Espírito Santo), no sudeste do Paraguai, nordeste da Argentina (nas províncias de Misiones e Corrientes) e no nordeste do Uruguai.
  • Sittasomus griseicapillus reiseri (Hellmayr, 1917) – ocorre no nordeste do Brasil (do sul do estado do Maranhão, nos estados do Ceará e Pernambuco, até os estados de Tocantins e Bahia).
  • Sittasomus griseicapillus amazonus (Lafresnaye, 1850) – ocorre no oeste da Amazônia, em ambas as margens do rio Amazonas, do sudeste da Colômbia (ao sul da região de Meta, Vichada e Guainía) e sul da Venezuela (no oeste e sul da região de Amazonas), sul e leste do Equador, leste do Peru e norte e oeste do Brasil (ao leste dos rios Negro e Madeira, até o noroeste do estado do Mato Grosso). Esta espécie apresenta como característica marcante possuir a cabeça e grande parte do corpo de coloração cinza e não esverdeada.
  • Sittasomus griseicapillus olivaceus (Wied, 1831) – ocorre na região costeira do leste do Brasil (sudeste do estado da Bahia).
  • Sittasomus griseicapillus transitivus (Pinto & Camargo, 1948) – ocorre no sudeste da Amazônia brasileira, ao sul do rio Amazonas (provavelmente do rio Madeira) até o rio Tapajós, até o nordeste do estado do Mato Grosso.
  • Sittasomus griseicapillus sylvioides (Lafresnaye, 1850) – ocorre na América Central, no leste e sul do istmo de Tehuantepec até o sul do México (nos estados de Veracruz, Tabasco, Oaxaca e Chiapas), no noroeste da Colômbia (na região de Córdoba e na região de Bolívar).
  • Sittasomus griseicapillus jaliscensis (Nelson, 1900) – ocorre no México (na região de Nayarit, San Luis Potosí, Tamaulipas, até o Istmo de Tehuantepec).
  • Sittasomus griseicapillus gracileus (Bangs & J. L. Peters, 1928) – ocorre no sudeste do México (na península de Yucatán, Tabasco, Campeche e Quintana Roo) e na região adjacente do norte da Guatemala (Petén) e também no norte de Belize.
  • Sittasomus griseicapillus perijanus (Phelps, Sr. & Gilliard, 1940) – ocorre no nordeste da Colômbia (nas regiões de Magdalena e Guajira) e no extremo noroeste da Venezuela (nas regiões de Sierra de Perijá).
  • Sittasomus griseicapillus tachirensis (Phelps, Sr. & Phelps, Jr., 1956) – ocorre no norte da Colômbia (nas regiões de Bolívar e Santander) e no oeste da Venezuela.
  • Sittasomus griseicapillus griseus (Jardine, 1847) – ocorre no norte da Venezuela (nas regiões de Lara, Mérida, Barinas, Falcón, Sucre e Monagas); também ocorre na ilha de Tobago, no Caribe.
  • Sittasomus griseicapillus aequatorialis (Ridgway, 1891) – ocorre na costa do Pacifico da América do Sul, desde o oeste do Equador até o extremo noroeste do Peru na região de Tumbes.
  • Sittasomus griseicapillus axillaris (J. T. Zimmer, 1934) – ocorre no nordeste da Amazônia, ao norte do rio Amazonas, no sudeste da Venezuela, na Guiana, na Guiana Francesa e no norte do Brasil (na região do baixo Rio Negro, até o estado do Amapá); provavelmente ocorre no Suriname.
  • Sittasomus griseicapillus viridis (Carriker, 1935) – ocorre na Amazônia boliviana (na região de Beni, La Paz, Cochabamba e Santa Cruz).

(IOC World Bird List 2018; Aves Brasil CBRO 2015; Clements checklist, 2016).

Arapaçu-verde Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

O menor arapaçu do interior das matas, cerradões e matas secas. Vivem solitários ou em casais. Possuem um chamado longo, pios agudos acelerados no início e descendente no final, muito característico. Lembra, um pouco, o dueto do joão-de-barro na duração, aceleração e diminuição.

Arapaçu-verde Foto – Afonso de Bragança

Referências & Bibliografia:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/arapacu-verde Acesso em 08 Setembro de 2010.
  • Wikipédia – disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arapa%C3%A7u-verde Acesso em 14 de Outubro de 2010.

Arapaçu-liso – (Dendrocincla turdina)

O arapaçu-liso Dendrocincla turdina é uma ave da família Dendrocolaptidae. Ocorre no Brasil, Argentina e Paraguai.

Arapaçu-liso Foto – Carlos Grupilo
  • Nome popular: Arapaçu-liso
  • Nome inglês: Plain-winged Woodcreeper
  • Nome científico: Dendrocincla turdina
  • Família: Dendrocolaptidae
  • Subfamília: Sittasominae
  • Habitat: Ocorre no Brasil da Bahia até ao Rio grande do Sul. Encontrado também na Argentina e Paraguai.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de artrópodes. Pode, eventualmente, capturar outros tipos de presas. A espécie é frequentemente encontrada seguindo formigas-correição, especialmente da espécie Eciton burchelli ou, com menos frequência, Labidus praedator. Nestas correições podem-se encontrar diversos indivíduos da mesma espécie, pousados a baixa ou meia altura, capturando as presas do sub-bosque afugentadas pelas formigas. São letárgicos e podem permanecer no mesmo local observando o solo em busca de uma presa, a qual captura com um voo rápido. Pode pousar no solo ou em galhos horizontais por alguns segundos. Também segue bandos mistos, em uma provável adaptação à relativa ausência de movimentação de formigas-correição em dias frios.
  • Reprodução: Constrói o ninho em ocos de árvore. Tem em média 2 ovos brancos por ninhada. Os filhotes são tratados por apenas um adulto, possivelmente a fêmea.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Arapaçu-liso Foto – Carlos Grupilo

Características:

Mede em média 20 cm de comprimento. Tem tamanho médio, com bico curto. Ao contrário de muitos arapaçus, a plumagem do corpo é basicamente uniforme, cor marrom-oliváceo, sem estrias claras ou pintinhas. A cauda possui tom ferrugem suave. As fêmeas costumam ser menores que os machos.

Arapaçu-liso Foto – Carlos Grupilo

Comentários:

Frequenta o interior de florestas úmidas primárias e secundárias altas. Quando segue formigas pode também se aventurar nas bordas e clareiras. Também é encontrado em matas de galeria em cerrado, desde que com alguma conexão com matas úmidas extensas. Mais comum em altitudes mais baixas, mas pode ser encontrado até 1 200 m.

Arapaçu-liso Foto – Aisse Gaertner

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências