Araponga – (Procnias nudicollis)

A araponga Procnias nudicollis é uma ave da família Cotingidae. Conhecido também como uiraponga, ferreiro e ferrador. Ocorre no Brasil, Argentina e Paraguai.

Araponga Foto – Aisse Gaertner
  • Nome popular: Araponga
  • Nome inglês: Bare-throated Bellbird
  • Nome científico: Procnias nudicollis
  • Família: Cotingidae
  • Sub-família: Cotinginae
  • Habitat: Ocorre de Pernambuco, sul da Bahia, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sul de Mato Grosso do Sul. Encontrada também na Argentina e Paraguai.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de pequenos frutos, especialmente de palmeiras (Palmeira-jussara, Euterpe edulis) e Myrtaceaes (Myrcia spp, Eugenia spp). Dentre as inúmeras espécies de que se alimenta, estão: Virola bicuhyba (Myristicaceae), Euterpe edulis (Arecaceae), Cryptocarya spp (Lauraceae), Nectandra membranacea (Lauraceae), Cordia spp (Boraginaceae), Prunus brasiliensis (Rosaceae). É um importante dispersor de sementes na natureza.
  • Reprodução: Constrói o ninho é em formato de tigela rasa, lembrando o de pombos silvestres. O dimorfismo sexual ocorre a partir dos 2 anos de idade. Todo cuidado parental fica por conta da fêmea, pois é ela quem constrói o ninho e se incumbe da criação dos filhotes. A postura é de cerca de 2 ovos, o período de incubação de 23 dias e os filhotes saem do ninho com 27 dias de idade.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. 
Araponga Foto – Aisse Gaertner

Características:

Os machos adultos são inteiramente brancos, exceto os lados da cabeça e garganta, que são nus, de cor verde-jade onde se implantam raras cerdas pretas; bico preto e pés pardos, tamanho médio de 27 centímetros. A fêmea adulta tem a parte superior verde-oliva, com a cabeça cinza e a parte inferior amarela com estrias amarelo-esverdeadas e cinzentas; a garganta é cinzenta onde entremeiam-se estrias negras; possui tamanho menor do que o macho. Crisso amarelo. O imaturo é semelhante à fêmea, com cabeça e garganta negras; substitui as penas verdes sucessivamente por cinzento-esverdeadas e brancas, as últimas em partes vermiculadas de cinzento; o macho torna-se totalmente branco com 3 anos de idade

Araponga Foto – Aisse Gaertner

Comentários:

Frequenta a mata primária, floresta preservada, capoeiras com fruteiras, matas litorâneas e Mata Atlântica. Tem um comportamento bastante social no grupo, que tem moradia fixa em árvores, na maioria dos casos nas emergentes (acima do dossel), podendo passar muitos anos habitando uma mesma área, até mesmo por várias gerações de uma mesma família. É uma ave migratória

Araponga Foto – Carlos Grupilo

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Tropeiro-da-serra – (Lipaugus lanioides)

O tropeiro-da-serra Lipaugus lanioides é uma ave da família Cotingidae. Espécie endêmica do Brasil, ocorre na mata atlântica da Bahia a Santa Catarina.

Tropeiro-da-serra Foto – Hilton Filho
  • Nome popular: Tropeiro-da-serra
  • Nome inglês: Cinnamon-vented Piha
  • Nome científico: Lipaugus lanioides
  • Família: Cotingidae
  • Subfamília: Cotinginae
  • Habitat: Endêmica à mata atlântica na região sudeste do Brasil, e ocorre do sul da Bahia, do Espírito Santo e de Minas Gerais a Santa Catarina.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de frutos de mais de vinte espécies vegetais, entre as quais os coquinhos do palmito juçara – Euterpe edulis e do açaí – Euterpe oleracea, e frutos como os da bucuva-vermelha – Virola bicuhyba. Graças ao bico largo, a ave consegue engolir inteiros os frutos relativamente grandes dessas e de outras plantas; mais tarde as sementes são regurgitadas intactas, muitas vezes longe da planta-mãe de onde os frutos foram retirados. Com isso, a ave é uma importante dispersora de diversas árvores e palmeiras. Eventualmente também come insetos.
  • Reprodução: Reproduz-se…
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. 
Tropeiro-da-serra Foto – Celi Aurora

Características:

Mede em média 24,5 cm de comprimento e pesa 84 gramas. Tem a plumagem geral cor cinza amarronzada. A cabeça cinza e apresenta um efeito escamado fraco nas penas da coroa que se espalha por outras partes do corpo, como manto, garganta e parte superior do peito. O peito e ventre são ligeiramente mais pálidos que as demais partes superiores. As asas apresentam maior intensidade da cor marrom, as rêmiges apresentam a borda marrom e a parte interna, próxima a raque é negra. O crisso é de cor castanha, característica esta que o diferencia de seu congênere cricrióLipaugus vociferans. A cauda da ave é da mesma coloração do dorso, cinza amarronzado, coloração esta que fica mais evidente quando está iluminada. Seus olhos são escuros e apresentam um anel periocular de coloração amarelo pálido. Os tarsos e pés são cinza escuros. Tem bico cinza, forte e largo.

Tropeiro-da-serra Foto – Luiz Bravo

Comentários:

Frequenta regiões montanhosas, em geral acima de 1000 m de altitude. Habita sobretudo florestas altas, mas é capaz de sobreviver em matas alteradas, já tendo sido encontrado em plantios de eucalipto com sub-bosque nativo desenvolvido. É mais observado na vegetação entre 5 e 25 m acima do nível do solo, no interior da mata. É um pássaro endêmico da Mata Atlântica. Está ameaçado de extinção e a ameaça mais significativa é a perda extensiva de seu hábitat de matas nativas, por conta de destruição, degradação e fragmentação. Ainda, algumas populações podem ser impactadas de forma negativa pela derrubada das palmeiras do gênero Euterpe, por reduzir a quantidade de frutos disponíveis como alimento.

Tropeiro-da-serra Foto – Luiz Bravo

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

Referências