O tiê-bicudo Conothraupis mesoleuca é uma ave da família Thraupidae. Espécie criticamente ameaçada de extinção. Ocorre no Brasil, nos estados do Mato Grosso, Goiás, e Pará.
- Nome popular: Tiê-bicudo
- Nome inglês: Cone-billed Tanager
- Nome científico: Conothraupis mesoleuca
- Família: Thraupidae
- Subfamília: Tachyphoninae
- Habitat: Ocorre no Brasil, nos estados do Mato Grosso, Goiás, e Pará.
- Alimentação: Alimentam-se de sementes de bambus nativos e capins nativos e exóticos, além de insetos, e alguns frutos.
- Reprodução: Reproduzem-se…
- Estado de conservação: Em Perigo Crítico
Características:
O tiê-bicudo mede de 12,2 a 14 cm de comprimento e pesa entre 15 e 15,5 g. O macho apresenta plumagem negra com um brilho esverdeado, meio do peito e barriga brancos, assim como o espéculo e a face inferior das asas; o bico é esbranquiçado e os pés pretos. A fêmea é marrom parda, com a parte inferior levemente mais clara; o bico é marrom escuro, lembrando muito a fêmea do papa-capim-de-coleira – Dolospingus fringilloides. Seu canto, emitido praticamente apenas pelo macho, é muito melodioso e apresenta considerável variação individual. Tanto machos quanto fêmeas emitem um chamado semelhante ao chamado de Ramphocellus carbo, porém com um timbre levemente metálico.
Comentários:
Frequentam habitats alagados em cabeceiras de rios no Cerrado do Brasil Central, e ocupa desde campos úmidos com arbustos e buritis esparsos (vegetação aluvial herbáceo arbustiva) até matas paludosas fechadas (Candia-Gallardo et al. 2010). Evidências do alto Juruena sugerem que sua presença é associada a ocorrência de capins higrófilos (isto é, associados a áreas alagadas) e taquaras nativas. Vive solitário ou aos pares, sendo que sua forte resposta ao playback sugere comportamento territorial. No alto Juruena nunca foi observado associado à bandos mistos, porém mais informações são necessárias para avaliar este padrão. A população total do tiê-bicudo está estimada em torno de 250-500 indivíduos, sendo a espécie localmente pouco abundante, mesmo no centro de sua área de ocorrência (Candia-Gallardo et al. 2010). Esta baixa abundância pode estar relacionada a sua territorialidade e dependência de habitats raros, lineares e naturalmente fragmentados, como são os habitats alagados ao longo dos rios onde a espécie já foi registrada. Além de apresentar uma população pequena e uma grande dependência de ambientes alagados, seu habitat encontra-se extremamente ameaçado pela expansão de projetos de aproveitamento hidrelétrico na bacia do Alto Juruena. Por isso, o tiê-bicudo é uma das espécies de aves mais ameaçadas do Brasil.
Áreas de ocorrência no Brasil.
Consulta bibliográfica sobre a espécie:
- FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
- SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
- Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
- ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
- CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.
Referências
- Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/tie-bicudo Acesso em 25 de Novembro de 2010.
- Avibase – disponível em: https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=16460BF4 Acesso em 19 de Julho de 2010.