O verdelhão Chloris chloris é uma ave da família Fringillidae. Ocorre no Brasil, muito raramente como visitante.
- Nome popular: Verdelhão
- Nome inglês: European Greenfinch
- Nome científico: Chloris chloris
- Família: Fringillidae
- Subfamília: Carduelinae
- Habitat: Distribui-se pelas áreas da Macaronésia (Canárias, Madeira e Açores), do mediterrâneo, temperadas, boreais e estepes da região paleártica. Inclui uma larga faixa que se estende do noroeste da África e do Oriente Médio ao sul até 70°N na Escandinávia e 62°N na Rússia, das ilhas da Madeira e das Canárias no oeste, por toda a Europa, Urais e Cáucaso até o oeste da Ásia. Foi introduzida nos Açores, SE Austrália, Nova Zelândia e Uruguai. É mais abundante nas terras baixas, onde chega a colonizar oásis do deserto, mas pode chegar a 1.400 m de altitude nas montanhas da Europa Central. A única menção dessa espécie exótica para o RS baseia-se na observação de dois indivíduos em Barra do Chuí pelos ornitólogos uruguaios E. Arballo e J. Cravino, em outubro de 1990 (BENCKE, 2001). Embora o registro não esteja circunstanciado, a espécie é inconfundível e ocorre ao longo do litoral uruguaio até a fronteira com o Brasil (AZPIROZ, 2001; ROCHA, 2008; OLMOS, 2009), razão pela qual foi mantida na lista. Visto ser pouco comum no Uruguai (AZPIROZ, 2001; ROCHA, 2008; OLMOS, 2009), a ausência de registros frequentes no território gaúcho adjacente não causa surpresa.
- Alimentação: Alimenta-se de sementes e ocasionalmente de bagas. Os juvenis poderão ser alimentados com insetos.
- Reprodução: Reproduzem-se em árvores e arbustos, constrói o ninho em forma de taça, colocando 3 a 8 ovos azul-claros com manchas pretas, incubados pela fêmea durante 12/14 dias. Nos jardins utiliza muitas vezes árvores de folhagem densa para nidificar como as laranjeiras e limoeiros. As crias nascem cobertas por uma fina penugem que mais tarde cairá para dar lugar às penas definitivas, permanecendo no ninho durante um período de 16 a 20 dias.
- Estado de conservação: Pouco preocupante.
Características:
Mede entre 14–16 cm de comprimento e é similar em forma e tamanho ao de um pardal. A coloração é essencialmente verde, com as asas e cauda de cor amarela. O macho do verdelhão apresenta um bico grosso espesso e cónico. Possui cor com tonalidade geral esverdeada, com as primárias amarelas e ponta das primárias escuras. A cauda bifurcada apresenta os lados amarelos. A fêmea difere ligeiramente do macho, apresentando tonalidades mais claras e acastanhadas. Os juvenis apresentam cores mais esmaecidas que as do adulto macho, com tons de castanho no dorso.
Possui dez subespécies:
- Chloris chloris chloris (Linnaeus, 1758) – ocorre nas Ilhas Britânicas exceto no norte da Escócia, ocorre na Noruega, no Norte e Centro da França para leste até aos Montes Urais centrais, Noroeste do Cazaquistão e Oeste da Sibéria, Sul da Hungria e Norte da Ucrânia; os pássaros que criam no nordeste migram para o sul da Europa, no inverno;
- Chloris chloris chlorotica ( Bonaparte, 1850) – ocorre no Sul e Centro da Turquia, Síria, Líbano, Israel, Oeste da Jordânia e Nordeste do Egito;
- Chloris chloris aurantiiventris ( Cabanis, 1851) – ocorre no Arquipélago da Madeira, Canárias , Sul da França e Espanha (exceto no Noroeste), para leste até ao Leste da Croácia, Oeste e Sul da Grécia, Creta, Dodecaneso e Chipre, ocorre também no Norte da Tunísia e Noroeste da Líbia; fora da época de reprodução, de Marrocos ocorre até o Norte do Egito;
- Chloris chloris muehlei (Parrot, 1905) – ocorre na Sérvia, Macedónia, Roménia e para Sul da Moldávia até o Centro e Sul da Grécia; fora da época de reprodução pode ser encontrado na Anatólia;
- Chloris chloris turkestanica ( Zarudny, 1907) – ocorre no Oeste e Norte de Tian Shan desde o sul do Cazaquistão até ao Quirguistão e Tajiquistão central; no inverno migra para o noroeste do Afeganistão;
- Chloris chloris bilkevitchi ( Zarudny, 1911) – ocorre desde a Criméia até ao Cáucaso, no Nordeste da Turquia, Norte do Irã e Sudoeste do Turquemenistão;
- Chloris chloris madaraszi ( Tschusi, 1911) – ocorre nas Ilhas da Córsega e da Sardenha;
- Chloris chloris harrisoni ( Clancey, 1940) – ocorre na Grã-Bretanha (exceto norte da Escócia) e Irlanda.
- Chloris chloris vanmarli (Voous, 1951) – ocorre no Noroeste de Espanha, Portugal e no Noroeste de Marrocos;
- Chloris chloris voousi (Roselaar, 1993) – ocorre nas montanhas da região Central do Marrocos até ao norte da Argélia.
Comentários:
Frequentam áreas agrícolas, jardins, parques e áreas com alguma floresta. Esta espécie pode formar grandes bandos fora da época de reprodução, por vezes misturando-se com outras espécies de aves formando bandos mistos. Na época reprodutiva os machos realizam uma série de rituais para atrair a fêmea, levantando as asas e a cabeça, colocando a cauda em forma de abanador, ao mesmo tempo que soltam uma série de notas não muito melodiosas, com um ruído nasal, acabando com um forte assobio.
Áreas de ocorrência no Brasil.
Consulta bibliográfica sobre a espécie:
- FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
- SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
- Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
- ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
- CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.
Referências
- Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/verdelhao Acesso em 15 de Setembro de 2015.
- Avibase – disponível em: https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=65BD2033 Acesso em 29 de Outubro de 2015.