Pintassilgo – (Spinus magellanicus)

O pintassilgo é uma ave da família Fringillidae. É conhecido também como pintassilgo-mineiro, pintassilgo-de-cabeça-preta e pintassilva.

Pintassilgo Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular:
  • Nome inglês: Hooded Siskin
  • Nome científico: Spinus magellanicus
  • Família: Fringillidae
  • Subfamília: Carduelinae
  • Habitat: Ocorre em praticamente em todo o Brasil, com exceção da Região Amazônica e Nordeste.
  • Alimentação: Alimenta-se de sementes e pequenos frutos secos, de revestimento duro.
  • Reprodução: A fêmea constrói o ninho em forma de pequena tigela, com raízes finas, sem revestimento ou forrado de penas e crinas, na forquilha das copas das araucárias mais altas ou em cafeeiros, árvores e de arbustos, a pouca altura do solo (3 a 4 metros). Os ovos são brancos, com pouco azul-celeste, às vezes com algumas pintas pardas. A incubação também é tarefa da fêmea, podendo o macho alimentá-la durante este período. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 5 ovos, tendo de 2 a 4 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Pintassilgo Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede em média 11 cm de comprimento. É uma ave bastante conhecida, já que se trata de uma espécie de relativamente fácil identificação. A sua máscara preta, presente apenas nos machos, bem como as manchas amarelas nas asas, fazem do pintassilgo uma ave bastante colorida e com um padrão facilmente reconhecível, mesmo em voo. As fêmeas têm a cabeça e lado inferior oliváceos. Os jovens machos com poucos meses já apresentam pintas pretas na cabeça. Durante a primavera, pode ser observado cantando no alto de árvores, antenas, postes e telhados. No inverno agrega-se frequentemente em bandos de dimensões consideráveis, que podem juntar centenas de aves. Além de seu canto característico, pousado ou em voo, imita o canto de outras aves.

Tem 12 subespécies  reconhecidas

  • Spinus magellanica alleni: Conhecido como pintassilgo-goianinho em São Paulo. Mede 10 centímetros de comprimento e apresenta a cor amarela do peito mais forte; habita no sul do Piauí, Tocantins, Goiás, norte do Mato Grosso e oeste da Bahia, além de partes da Bolívia e Paraguai.
  • Spinus magellanica icterica: Também conhecido como pintassilgo-comum, pintassilgo-catingueiro, pintassilgo-mateiro, pintassilgo-pinheirinho. Mede mais ou me­nos 11,8 centímetros de comprimento, apresentando a cabeça e até a metade do pescoço totalmente preto, tendo como cor predomi­nante em seu corpo o amarelo-esverdeado; habita desde o sul da Bahia, todo o sudeste do Brasil, incluindo Minas Gerais, ao sul até o Rio Grande do Sul.
  • Spinus magellanica magellanica: No Uruguai e Argentina, até a Patagônia. Parecido com o icterica, mas é bem mais esverdeado e maior. Cloaca inteiramente branca.
  • Spinus magellanica longirostris: Roraima, Venezuela e Guianas. Parecido em tamanho com o alleni, sendo que o bico é bem mais alongado e fino e o amarelo não é tão forte.
  • Spinus magellanica capitalis: Habita o Peru, Colômbia e Equador. O macho dessa subespécie possui o terço superior do peito e costas escurecidos, “manchados” de negro;
  • Spinus magellanica urubambensis: Habita Chile e Peru, mais comum no Chile. O S. magellanica urubambensis é a subespécie mais verde e com as partes negras mais escuras. Nas partes brancas das outras subespécies, possui uma cor acinzentada.
  • Spinus magellanica boliviana: Centro-sul da Bolívia. Destaca-se pelo fato de o macho possuir uma máscara negra que se estende até o peito e começo do abdômen e ser de grande tamanho.
  • Spinus magellanica paula : Costa do Pacífico do Equador e Peru. Parecido com peruana, mas menor e de bico mais fino.
  • Spinus magellanica peruana : Centro do Peru. Parecido com paula, mas é maior, mais verde nas partes superiores e amarelo mais pálido na garupa.
  • Spinus magellanica sanctaecrucis : Bolívia central e oriental. Similar ao boliviana, mas um pouco menor e com as penas do queixo e dorso enegrecidas no centro com as margens verde-oliva claro. Assim como o boliviana, o negro do capuz é bastante extenso e pode ir até quase o final do abdômen.
  • Spinus magellanica tucumana : Argentina de Jujui a Mendoza e na Serra de Córdoba. Semelhante a boliviana, mas um pouco menor, o negro do capuz se estende apenas até o queixo e pescoço, partes superiores uniformemente verdes com poucas listras escuras. Partes inferiores pálidas e flancos embranquecidos.
  • Spinus magellanica hoyi : Andes centrais na Argentina (província de Jujui). Semelhante ao boliviana, mas menos amarelo na cauda e sem branco nos flancos e o capuz negro dos machos é bem separado do peito.
Pintassilgo Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

Frequenta a mata secundária aberta, árvores em plantações e quintais, pinhais e cerrados. Essa ave canora tornou-se um pássaro raro, devido principalmente à intensa perseguição do comércio clandestino de aves silvestres.

Pintassilgo Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Gaturamo-verdadeiro – (Euphonia violacea)

O Gaturamo-verdadeiro Euphonia violacea é uma ave da família Fringillidae. Também é conhecido pelos nomes de bonito-lindo, gaturamo-imitador, gaturamo-itê, guipara e guriatã-de-bananeira.

Gaturamo-verdadeiro Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Gaturamo-verdadeiro
  • Nome inglês: Violaceous Euphonia
  • Nome científico: Euphonia violacea
  • Família: Fringillidae
  • Subfamília: Euphoniinae
  • Habitat: Amazônia brasileira, a leste dos rios Negro e Madeira, no Nordeste (excetuando-se a área da caatinga), e em direção sul até o Rio Grande do Sul. Encontrado também nas Guianas, Venezuela, Paraguai e Argentina.
  • Alimentação: É ave social, que se alimenta de frutos e consome insetos apenas raramente. Possui moela degenerada, ou seja, baixa capacidade de processamento mecânico dos alimentos ingeridos. O alimento é pouco aproveitado e eliminado poucos minutos após a ingestão.
  • Reprodução: Atinge a maturidade sexual com 12 meses. Constrói os ninhos em cavidades em troncos. Cada postura tem em média quatro ovos brancos, pintalgados de vermelho, e incubados apenas pela fêmea durante 15 dias, que tem de 2 a 3 ninhadas por temporada.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Gaturamo-verdadeiro Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede em média entre 11 e 12 centímetros de comprimento e pesa cerca de 15 gramas (macho). A espécie apresenta dimorfismo sexual: o macho tem as partes superiores azul-metálicas, uma mancha amarela na testa e as partes inferiores amarelas e a fêmea apresenta as partes superiores verde-oliváceas e as inferiores amarelo-oliváceas; Um dos melhores imitadores. Um único macho pode se manifestar em poucos minutos na voz de 10 a 16 espécies de aves diferentes. São imitações perfeitas, mas traduzidas para sua própria força vocal reduzida. O repertório do gaturamo se torna a cópia fiel da avifauna da região em que vive.

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Euphonia violacea violacea (Linnaeus, 1758) – ocorre nas Guianas e no norte do Brasil (região Amazônica até o leste do Maranhão).
  • Euphonia violacea aurantiicollis ( A. Bertoni, 1901) – ocorre no nordeste do Brasil (a partir do Piauí) até Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro e ao sul até o Rio Grande do Sul, leste do Paraguai e noroeste da Argentina (Misiones). Maior que E. v. violacea. Amarelo na testa mais largo. Coroa e nuca mais violeta.
  • Euphonia violacea rodwayi (T. E. Penard, 1919) – ocorre no leste e sul da Venezuela e na ilha de Trinidad no Caribe. Muito semelhante à E. v. violacea, porém um pouco maior.

Clements checklist (2014); ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015).

Gaturamo-verdadeiro Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

É comum em bordas de florestas, florestas de galeria, clareiras, jardins, plantações de cacau e citrinos, fruteiras em plantações, árvores densas em parques, evitando áreas abertas mais áridas. Vive aos pares ou em pequenos grupos e junta-se com frequência a bandos mistos de aves. Além de ser muito apreciado por seu canto melodioso, o macho costuma imitar as vocalizações de uma grande variedade de espécies, como gaviões, papagaios, tucanos e gralhas

Gaturamo-verdadeiro Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências