Ferreirinho-relógio – (Todirostrum cinereum)

O ferreirinho-relógio Todirostrum cinereum é uma ave da família Rhynchocyclidae. Ocorre desde o sul do México até á Argentina, estando ausente apenas na Amazônia florestal.

Ferreirinho-relógio Foto – Renato Costa Pinto
  • Nome popular: Ferreirinho-relógio
  • Nome inglês: Common Tody-Flycatcher
  • Nome científico: Todirostrum cinereum
  • Família: Rhynchocyclidae
  • Subfamília: Todirostrinae
  • Habitat: Ocorre desde o sul do México até a Argentina, estando ausente apenas na Amazônia florestal.
  • Alimentação: Alimenta-se de pequenos artrópodes, como besouros, aranhas, grilos, lagartas, larvas e borboletas capturados junto à vegetação aquática ou em pleno voo.. Ativo o dia inteiro, caça invertebrados no meio das folhagens da copa e baixa até 2 metros do chão.
  • Reprodução: Constrói um ninho bem característico pendurado na ponta de galho fino, feito de restos de folhas, galhos finos e secos e painas. Amarra e entrelaça os galhos secos, as folhas e as painas, que vão ser forradas dentro do ninho para aquecer os filhotes. As folhas ficam por fora camuflando o ninho e os galhos são usados para deixar firme a estrutura do ninho. O material é colocado úmido e as partes aderem entre si, ao secar. Parte do material fica pendente, camuflando o ninho. Esse material são as folhas e alguns galhos que não só camuflam mas aquecem os ovos ou filhotes e deixam mais firme o ninho. Característica entrada lateral com pequeno telhado protegendo. Muitas vezes, o material de um ninho velho próximo é retrabalhado para a reprodução seguinte. Surpreende a resistência do ninho, aguentando chuvas fortes e ventos. O ninho é muito bem trancado e não deixa a chuva entrar e nem o frio, é tão fechado que se você o abrir sentirá sair calor de dentro dele; o calor mantém os filhotes vivos sem passar frio, que normalmente são de 2 a 3. Esse ninho tão bem feito, na maioria das vezes é grosso e tem em média de 1 a 2 cm de espessura, dependendo do clima é mais grosso ou mais fino, dando a temperatura certa para os ovos e filhotes. Reproduz de julho a novembro.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Ferreirinho-relógio Foto – Renato Costa Pinto

Características:

Tem cinza-azulado na cabeça, amarelo vivo no peito e tons oliváceos nas áreas superiores. A cauda escura possui detalhes brancos nas extremidades. A cauda é escura, mas, vista por baixo, nota-se que as penas laterais possuem uma grande área branca na ponta. Os olhos são amarelo-ouro, destacados contra a área mais escura da parte frontal da cabeça, quase uma máscara. Bico longo e chato, escuro e também notável. Mede 8-10 cm de comprimento e pesa cerca de 4-7,5 gramas.

Possui oito subespécies:

  • Todirostrum cinereum cinereum (Linnaeus, 1766) : Sul da Colômbia, sul da Venezuela, Guianas e norte do Brasil;
  • Todirostrum cinereum virididorsale (Parkes, 1976) : Sul do México (Veracruz e Oaxaca);
  • Todirostrum cinereum finitimum (Bangs, 1904) : Tropical s México (Tabasco e Chiapas) e Costa Rica;
  • Todirostrum cinereum wetmorei (Parkes, 1976) : Área central da Costa Rica e Panamá;
  • Todirostrum cinereum sclateri (Cabanis & Heine, 1859) : Sudoeste da Colômbia (Nariño), oeste do Equador e Peru;
  • Todirostrum cinereum peruanum (Zimmer, 1930) : Leste do Equador ao leste do Peru (sul de Cuzco);
  • Todirostrum cinereum coloreum (Ridgway, 1906) : Sudeste do Brasil (Espírito Santo) até o norte do Paraguai e leste e norte da Bolívia;
  • Todirostrum cinereum cearae (Cory, 1916) : Nordeste do Brasil (leste do Pará, Piauí, Ceará, Alagoas e norte da Bahia.
Ferreirinho-relógio Foto – Renato Costa Pinto

Comentários:

Frequenta áreas abertas, dificilmente visto em florestas muito fechadas, sendo muito comum em cidades. Vive escondido no meio da vegetação baixa e apresenta comportamento característico de movimentar a cauda lateralmente. O canto origina o nome comum, parecendo com um relógio de mesa quando se dá corda. Canta o ano inteiro, bem como nas horas quentes do dia. O casal responde um ao outro, também aproximando-se de uma gravação do canto. É encontrado em áreas urbanas pouco ou bem arborizadas dependendo do local. Gosta muito de habitar a árvore ficus benjamina, onde vai de uma para a outra. Nessa árvore constrói seu ninho. Vive solitário ou aos pares.

Ferreirinho-relógio Foto – Renato Costa Pinto

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Ferreirinho-da-capoeira – (Poecilotriccus sylvia)

O ferreirinho-da-capoeira Poecilotriccus sylvia é uma ave da família Rhynchocyclidae. Ocorre da América Central, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Norte do Brasil.

Ferreirinho-da-capoeira Foto – Hilton Filho
  • Nome popular: Ferreirinho-da-capoeira
  • Nome inglês: Slate-headed Tody-Flycatcher
  • Nome científico: Poecilotriccus sylvia
  • Família: Rhynchocyclidae
  • Subfamília: Todirostrinae
  • Habitat: Ocorre da América Central, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Norte do Brasil.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de insetos e larvas.
  • Reprodução: Hábitos reprodutivos…
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Ferreirinho-da-capoeira Foto – Hilton Filho

Características:

Mede em média 9 cm de comprimento. Cabeça cinza, com anel ocular e loros brancos. Partes superiores oliváceas, asas negras com duas barras verticais amarelas. Partes inferiores cinza claro, um pouco mais escuro no peito. Íris clara. Sua voz é parecida com a do tororóPoecilotriccus plumbeiceps.

Possui cinco subespécies reconhecidas:

  • Poecilotriccus sylvia sylvia – ocorre em Roraima e na Guiana.
  • Poecilotriccus sylvia schistaceiceps – ocorre do S do México ao Panamá.
  • Poecilotriccus sylvia superciliaris – ocorre na Colômbia.
  • Poecilotriccus sylvia griseolus – ocorre no extremo L da Colômbia e NO da Venezuela.
  • Poecilotriccus sylvia schulzi – ocorre no L do Pará, Tocantins, Maranhão até o litoral do Piauí.
Ferreirinho-da-capoeira Foto – Hilton Filho

Comentários:

Frequenta bordas de matas de galeria, capoeiras e áreas secas recobertas por carrascais esparsos. Possivelmente aproveita micro-habitas secos similares a faixa costeira do Maranhão e do Piauí.

Ferreirinho-da-capoeira Foto – Hilton Filho

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.

Referências