Pavãozinho-do-pará – (Eurypyga helias)

O pavãozinho-do-pará Eurypyga helias é uma ave da família Eurypygidae. Ocorre desde o México até ao Mato Grosso do Sul no Brasil.

Pavãozinho-do-pará Foto – Silvia Linhares
  • Nome popular: Pavãozinho-do-pará
  • Nome inglês: Sunbittern
  • Nome científico: Eurypyga helias
  • Família: Eurypygidae
  • Habitat: Ocorre desde a América do Norte (México), presente em grande parte da Amazônia brasileira (também Equador e Peru), estendendo-se em direção sul até Goiás e o Mato Grosso do Sul (inclusive na porção adjacente da Bolívia) e, no Nordeste, até o Piauí.
  • Alimentação: Alimenta-se de insetos, rãs, peixinhos, caranguejos e outras pequenas presas, que obtém à beira d’água ou revirando o chão da floresta. Caça com olhos fixos na presa, avançando com cautela e fazendo com a cabeça movimentos em ziguezague para, de repente, apanhá-la com o bico.
  • Reprodução: Faz ninho em forma de tigela rasa, na ramagem acima ou próxima da água, utilizando folhas, raízes, musgos e lama. Põe 1 ou 2 ovos grandes, amarelados, com pintas castanhas e cinzentas. Macho e fêmea chocam os ovos durante 26 a 27 dias, cada um alternando durante dois dias, sem intervalo. Os filhotes já nascem emplumados e ficam cerca de 23 dias sem sair do ninho.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Pavãozinho-do-pará Foto – Silvia Linhares

Características:

É uma espécie de coloração críptica e com pouco dimorfismo sexual, cujos indivíduos juvenis possuem padrão de plumagem semelhante ao dos adultos; dotados de bico longo, reto e pontudo, com a área inferior em amarelo, pescoço fino e encurvado em S, pernas finas, alaranjadas, e asas desproporcionalmente grandes e largas, revestidas por uma cor cinza-azulada pálida, nas extremidades, e com um complexo padrão de manchas brancas nas coberteiras, além de estrias acastanhadas e negras sobre o dorso de seu corpo. Pescoço castanho, garganta branca e cabeça predominantemente negra, com longas faixas brancas sobre e abaixo de seus olhos de íris vermelha. Segundo Helmut Sick, “os admiráveis desenhos alares, completados pela cauda, são mostrados quando a ave está irritada, grandes manchas em forma de um olho, muito coloridas, de súbito apresentadas, estão entre os meios mais eficazes para assustar possíveis predadores, inclusive o homem, tais manchas são negras e predominantemente castanho avermelhadas, com pequena área branca

Possui três subespécies:

  • Eurypyga helias helias (Pallas, 1781) – ocorre da Colômbia até a Venezuela, nas Guianas, na região Norte e Centro-Oeste do Brasil, e no leste da Bolívia. O bico é mais delgado do que as outras subespécies, e a parte traseira mostra amplo barrado com faixas creme (Ridgway e Friedmann 1941, Blake 1977).
  • Eurypyga helias major (Hartlaub, 1844) – ocorre no extremo sul do México e da Guatemala até o oeste do Equador. Possui o bico mais robusto das três subespécies; partes superiores são principalmente cinza, com estreitas faixas pretas (Ridgway e Friedmann 1941, Blake 1977);
  • Eurypyga helias meridionalis (Berlepsch & Stolzmann, 1902) – ocorre nas regiões sul e central do Peru, nas regiões de Junín e Cuzco. Possui menos barrado acima do que as outras subespécies com as partes superiores mais cinzentas; as cores do bico e tarsos também são mais brilhantes (Blake 1977, Schulenberg et al. 2007).
Pavãozinho-do-pará Foto – Silvia Linhares

Comentários:

Frequenta beiras de rios e igarapés no interior da floresta densa e emaranhados de vegetação à beira d’água. Vive solitário ou aos pares, andando lentamente pelas margens de igarapés ou locais de solo úmido, porém raramente entra na água. Costuma cantar no início da manhã ou no final da tarde. Seu voo é baixo e silencioso, como o de uma ave noturna.

Pavãozinho-do-pará Foto – Silvia Linhares

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências