Tesourinha-da-mata – (Phibalura flavirostris)

A tesourinha-da-mata é uma ave da família Cotingidae. Ocorrem na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.

Tesourinha-da-mata Foto – Claudio Lopes
  • Nome popular: Tesourinha-da-mata
  • Nome inglês: Swallow-tailed Cotinga
  • Nome científico: Phibalura flavirostris
  • Família: Cotingidae
  • Subfamília: Cotinginae
  • Habitat: Ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai e no Brasil onde podemos encontrá-los no Sul da Bahia, região Sudeste (se estendendo até o Triangulo Mineiro), Leste da região Sul, todo o estado do Paraná e Sul do Mato Grosso do Sul.
  • Alimentação: Alimenta-se de pequenos frutos do mato e de insetos voadores. Aprecia particularmente os frutos da erva de passarinho.
  • Reprodução: Constrói o ninho de musgo seco, encontrado naturalmente nos galhos e troncos da árvore. Por isso é difícil identificar o ninho. Nem sempre fica nas alturas, já foi encontrado um ninho a cerca de 3 metros do chão. A postura é de dois ovos branco-azulados com pintas vináceas. Ambos os pais são responsáveis pela incubação e pelo cuidado dos ninhegos. Enquanto um dos pais cuida do ninho ou simplesmente vigia a alguns metros (quando os filhotes têm a partir de 10 dias), o outro busca comida.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Tesourinha-da-mata Foto – Claudio Lopes

Características:

O macho tem a cabeça escura com um píleo vermelho envolto por penas na cor lilás. Os olhos são negros envoltos por uma pele de coloração rosada intenso, bico de cor pálida e clara e garganta na cor laranja ou ferrugem. A parte superior do peito apresenta um lindo escudo barrado preto e branco. O ventre e o crisso são de coloração branca amarelada e apresentando algumas manchas escuras no ventre. As asas são azuis escuras e o manto amarelo manchado de azul, coloração que cobre também o uropígio. A cauda característica desta ave apresenta as retrizes externas na cor azul escuro, são alongadas e bifurcadas, com o formato de tesoura que dá o nome comum a esta espécie. As pernas são rosadas. Apresenta um leve dimorfismo sexual. As fêmeas são semelhantes, mas com a coloração menos intensa, e menos contrastante no geral. A cauda da fêmea também é mais curta.

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Phibalura flavirostris flavirostris (Vieillot, 1816) – ocorre no sudeste do Brasil do estado de Goiás até o leste do Paraguai e no nordeste da Argentina. Esta subespécie apresenta a membrana esclerótica de coloração vermelho-sangue; tarsos e pés rosados (del Hoyo et al. 2017).
  • Phibalura flavirostris boliviana (Chapman, 1930) – ocorre nas encostas das montanhas do oeste da Bolívia, na região de Apolo, departamento de La Paz. Esta subespécie apresenta a membrana esclerótica de coloração amarelo-mostarda; cúlmen mais fortemente curvado; tarsos e pés amarelo-alaranjados. As retrizes são mais longas que na subespécie nominal. O macho apresenta uma área pós-ocular mais branca que se estende até a metade posterior da garganta. Apenas o queixo e a metade anterior da garganta são amarelos. A garganta não é manchada. A coroa e a os lados da cabeça são acinzentados (Hennessey, A. B. 2002).
Tesourinha-da-mata Foto – Claudio Lopes

Comentários:

Com a população em declínio, por conta da perda do habitat, a tesourinha-da-mata, fora de sua época de reprodução, costuma andar em bandos. Quase sempre se associa em grupos migratórios entre maio e setembro. Gostam de ficar demoradamente em ramos secos, de preferência nos galhos mais elevados. A espécie mostra-se bastante mansa, ave silenciosa, pousam bem eretos.

Tesourinha-da-mata Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Corta-ramos – (Phytotoma rutila)

O corta-ramos Phytotoma rutila é uma ave da família Cotingidae. Ocorre no Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Corta-ramos Foto – Nina Wenoli
  • Nome popular: Corta-ramos
  • Nome inglês: White-tipped Plantcutter
  • Nome científico: Phytotoma rutila
  • Família: Cotingidae
  • Subfamília: Phytotominae
  • Habitat: Ocorre no Brasil, somente no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul, nos municípios de Aceguá, Uruguaiana, Candiota, Sant’Ana do Livramento, Dilermando de Aguiar, Jaguarão, Rio Grande e Barra do Quaraí.
  • Alimentação: Alimenta-se principalmente de brotos, folhas, frutos e sementes, dentre elas as sementes de molho Schinus molle e do fruto do sarandi-vermelho  Phyllanthus sellowianus; também forrageia no solo.
  • Reprodução: Reproduz-se construindo um ninho em formato de taça sendo uma estrutura bem precária, feito de pequenos ramos e colocado em uma árvore ou em um arbusto, a baixa altura. O interior é coberto com pequenas raízes. Põe em média entre 2 e 4 ovos esverdeados com manchas negras e marrom. A incubação dura duas semanas. Os jovens são então alimentados por ambos os pais e deixam o ninho após cerca de duas semanas.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante
Corta-ramos Foto – Nina Wenoli

Características:

Mede em média 19 cm de comprimento e pesa entre 30 e 57 gramas (Walther, 2016 em HBW). O macho tem a cabeça cinza chumbo com a parte frontal da cabeça de tijolo vermelho. Sua face é cinza chumbo. As asas são cinza escuras e apresentam duas barras brancas, sendo a mancha branca superior é bastante mais larga do que a barra inferior. O uropígio é cinza uniforme. A cauda é preta com as partes terminais das penas na cor branca. Seu peito e barriga são de coloração tijolo vermelho, semelhante a coloração da fronte. Os olhos são vermelhos. Tarsos e pés são cinza escuro. O bico preto é forte, cônico e curto. A fêmea tem a cabeça clara com forte estriado escuro. Seus olhos são marrom claro. Toda a parte de trás da plumagem apresenta estrias castanho-escuro e bege. Como na plumagem do macho, as asas da fêmea apresentam duas manchas brancas mas menos acentuadas do que no macho e as extremidades das penas terciárias são claras. A cauda é semelhante à cauda da ave do sexo masculino. O peito é bege com estrias marrom escuro o ventre também é estriado, mas as estrias se apresentam com menos intensidade e em menor número. O crisso é bege. Juvenis são parecido com fêmea.

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Phytotoma rutila rutila (Vieillot, 1818) – ocorre no Chaco do Oeste do Paraguai, Oeste do Uruguai, no Norte da Argentina, na região Sul de Mendonza, La Pampa, Río Negro e Chubut; e no extremo Sul do Brasil;
  • Phytotoma rutila angustirostris (Orbigny & Lafresnaye, 1837) – ocorre no planalto do Oeste da Bolívia, na região de La Paz, Santa Cruz e no Sul de Tarija; e no Noroeste da Argentina, na região de Pichanal, e no Norte da região de Salta

(Clements checklist, 2014).

Corta-ramos Foto – Hilton Filho

Comentários:

Frequentam florestas naturais, mas também pode ser encontrado em áreas agrícolas, em bosques isolados e também em jardins, principalmente na vegetação conhecida localmente como matos de espinilho, grupamentos de pequenas árvores espinhentas. No inverno, pequenos grupos são formados e as populações mais meridionais migram até o sul do Brasil. Costuma buscar o topo de uma árvore ou arbusto para vocalizar, faz sons que se assemelham a uma porta rangendo.

Corta-ramos Foto – Hilton Filho

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências