A Saíra-de-cabeça-azul Stilpnia cyanicollis é uma ave da família Thraupidae. Ocorre no Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
- Nome popular: Saíra-de-cabeça-azul
- Nome inglês: Blue-necked Tanager
- Nome científico: Stilpnia cyanicollis
- Família: Thraupidae
- Subfamília: Thraupinae
- Habitat: Ocorre no Brasil, no sul do Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Encontrada também na Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
- Alimentação: Alimenta-se basicamente de frutos, mas eventualmente também come insetos.
- Reprodução: reproduz-se construindo um ninho em formato de xícara, feito com musgos e liquens, preso em galhos ou epífitas, a altura média. Põe em média 2 ou 3 ovos por ninhada.
- Estado de conservação: Pouco preocupante.
Características:
Mede em média de 12 cm de comprimento e pesa 14 gramas. Tem cores predominantes basicamente azul e negra. Cabeça, nuca e garganta são azuis, com uma faixa negra entre os olhos e o bico. Costas negras, transformando-se gradualmente em azul turquesa mais abaixo. O uropígio e as coberteiras superiores caudais e das asas são amarelos, com um pouco de verde. Rêmiges e retrizes são negras, com bordas amarelo esverdeadas. Peito negro, barriga e flancos de cor azul profundo, misturado com negro. Penas coberteiras caudais inferiores apresentam uma coloração verde azulada. As fêmeas possuem uma cor azul mais pálida na cabeça, com alguns pontos negros na nuca.
Tem sete subespécies reconhecidas
- Tangara cyanicollis cyanicollis (d’Orbigny e Lafresnaye 1837)- Ocorre do centro do Peru, em Huánuco até o leste da Bolívia. A plumagem é basicamente azul e negra. Cabeça, nuca e garganta azul, com uma faixa negra entre os olhos e o bico. Costas negras, transformando-se gradualmente em azul turquesa mais abaixo. O uropígio e as coberteiras superiores caudais e das asas são amarelos, com um pouco de verde. Rêmiges e retrizes são negras, com bordas amarelo-esverdeadas. Peito negro, barriga e flancos de cor azul profundo, misturado com negro. Coberteiras caudais inferiores são de um verde-azulado.
- Tangara cyanicollis granadensis (Berlepsch 1884)- Nos Andes da Colômbia, a oeste e na parte central. Parecida com caeuleocephala, mas no uropígio a cor é mais verde prateada, menos dourada, e a parte azul do abdomen é mais extensa.
- Tangara cyanicollis hannahiae (Cassin 1864)- Ocorre nos Andes do oeste da Venezuela e nos Andes a leste da Colômbia. Semelhante a granadensis, mas difere por não ter nenhum traço de azul no abdomen, sendo o peito e a abrriga inteiramente negros.
- Tangara cyanicollis cyanopygia (Berlepsch e Taczanowski 1883)- Ocorre no oeste do Equador. Uropígio de cor azul pálido (é a única subespécie de cyanicollis com o uropígio completamente azul. Adicionalmente, as grandes e pequenas coberteiras das asas são de cor azul-esverdeado. O azul do abdomen é mais pálido, transformando-se em um azul-esverdeado posteriormente nas coberteiras caudais inferiores.
- Tangara cyanicollis caeruleocephala (Swainson 1838)- Ocorre nos Andes, da Colômbia até o leste do Equador e norte do Peru. Similar a cyanicollis, mas o azul da cabeça é mais escuro, a testa é impregnada de um azul -arroxeado e o meio da garganta também de cor azul-arroxeado, contrastando com o azul claro das laterais da garganta e região jugular.
- Tangara cyanicollis melanogaster (Cherrie e Reichenberger 1923); Ocorre do leste da Bolívia até o sul do Pará e norte do Mato Grosso e Tocantins. Parecida com caeruleocephala, mas difere por não ter a região de cor azul no abdomen e por ter o uropígio impregnado de azul claro, ao invés de verde-prateado. Difere de hannahiae por ter uma coroa de cor azul consideravelmente mais escura com uma testa de cor azul-arroxeado, além da cor azul clara nas partes inferiores das costas e uma faixa dourada nas asas.
- Tangara cyanicollis albotibialis (Taylor 1950) – Encontrada apenas na Chapada dos Veadeiros em Goiás. Difere de todas as outras raças por ter a tíbia e as coxas de cor branca, ao invés de negra. Nas outras características é semelhante a T. c. granadensis. Interessante é que difere marcadamente da subespécie mais próxima, ou seja, T. c. melanogaster, por ter uma barriga azul, ao invés de negra, e mais púrpura na garganta. Após a coleta do espécime-tipo em 1929 foi observada na década de 80 pelo professor Roberto Cavalcanti (UNB), podendo estar criticamente ameaçada.
Comentários:
Frequenta áreas abertas, como capoeiras, cerrados, jardins com árvores e áreas cultivadas. Vive aos pares ou em pequenos grupos, raramente participando de bandos mistos.
Consulta bibliográfica sobre a espécie:
- FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
- SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
- Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
- ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
- CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.
Referências
- Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/saira-de-cabeca-azul Acesso em 13 de Dezembro de 2009.
- Avibase – disponível em: https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=98A16735 Acesso em 17 de Novembro de 2009.