Surucuá-variado – (Trogon surrucura)

O surucuá-variado Trogon surrucura é uma ave da família Trogonidae. Também conhecido como surucuá-de-peito-azul, perua-choca, pata-choca.

Surucuá-variado Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Surucuá-variado
  • Nome inglês: Surucua Trogon
  • Nome científico: Trogon surrucura
  • Família: Trogonidae
  • Habitat: É encontrada do Rio de Janeiro e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, Goiás, sul do Mato Grosso, Paraguai e Argentina.
  • Alimentação: Alimenta-se de insetos, vermes, moluscos e frutas, especialmente do palmito juçara.
  • Reprodução: Faz o ninho em cupinzeiros arbóreos, com o casal escavando o cupinzeiro íntegro. O ninho é geralmente construído alto o suficiente em uma árvore oca, muitas vezes em cupinzeiros arborícolas. A fêmea põe de 2 a 4 ovos brancos. A incubação dura entre 16 e 19 dias e é incubado por ambos os pais. Os jovens são alimentados pelo casal e deixam o ninho após um período em torno de 20 dias.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.  iucn lc
Surucuá-variado Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede em média 27 cm e pesa entre 70 e 78 gramas. É uma ave quieta que passa longos períodos de descanso em um poleiro, e seu canto pode ser ouvido durante todo o dia. A variedade nominal Trogon surrucura surrucura apresenta a cabeça, pescoço e peito na coloração azul escuro metálico e as bochechas e garganta na cor preta. Apresenta os olhos na cor marrom escuro com um anel periocular na cor laranja intenso. O bico é curto e robusto, na cor marfim manchado com tons cinza esverdeados. A mandíbula inferior apresenta coloração preta na porção central. A mandíbula superior termina em um pequeno gancho. O dorso é esverdeado e se torna turquesa quanto mais próximo da cauda. Sobre as asas, as coberteiras secundárias são verde esmeralda com reflexos dourados, as rêmiges são cinza escuro, ligeiramente marcados com um barrado branco. A parte ventral e o crisso são vermelhos. A cauda é longa e escura, apresentando os tons azulados presentes no dorso e uropígio e também uma barra preta na extremidade final. A parte inferior da longa cauda apresenta penas retrizes brancas com duas marcas enegrecidas em sua base, bastante visíveis quando a ave pousa. Os tarsos são curtos e como os pés, são acinzentadas. Possuem dedos bastante específicos que lhe permitem agarrar firmemente os ramos em que ficam empoleirados. Os dois primeiros dedos são orientados para trás e os outros dois para a frente.

Possui duas subespécies reconhecidas.

  • Trogon surrucura surrucura (Vieillot, 1817) – ocorre no Brasil, do sul do Mato Grosso e Goiás até o Rio de Janeiro e para o sul até o Rio Grande do Sul; no Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina. possui barriga vermelha e anel periocular laranja-avermelhado;
  • Trogon surrucura aurantius (Spix, 1824) – ocorre no leste do Brasil, do estado da Bahia, Minas Gerais até o estado do Rio de Janeiro e norte de São Paulo. Possui a barriga alaranjada e anel periocular amarelo-laranjado.

(Clements checklist, 2014), Aves Brasil CBRO – 2015 (Piacentini et al. 2015).

Surucuá-variado Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

Podemos encontra-los em matas e cerrados. Durante a época de reprodução, o macho apresenta comportamento muito territorialista, não só na região onde está situado o ninho, mas também defende as áreas onde estão localizadas suas fontes de alimento. Ele persegue outras aves e predadores mesmo longe do local do ninho por um voo direto até o intruso acompanhado da emissão de gritos. Belas exibições aéreas são realizadas, e nelas, as asas abertas e a cauda em leque são expostas, dando a ave uma aparência bem maior. Estes voos também são usados como um sinal agressivo para outros machos. Durante as exibições, a apresentação da coloração do abdome é também mais exposta fazendo um belo contraste com a porção interna de coloração escura da asa.

Surucuá-variado Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências