Chupim Molothrus bonariensis é uma ave da família Icteridae Também conhecido como maria-preta, chopim e vira-bosta. Tem hábitos reprodutivos parasitários, pois nunca cuida de seus próprios ovos, sempre os botando nos ninhos de outras aves para que elas criem seus filhotes. Mais de 50 espécies já foram listadas como hospedeiras, desde aves maiores até menores do que o Chupim
- Nome popular: Chupim
- Nome inglês: Shiny Cowbird
- Nome científico: Molothrus bonariensis
- Família: Icteridae
- Subfamília: Agelaiinae
- Habitat: Ocorre em todo o Brasil e América do sul, menos na cordilheira dos Andes.
- Alimentação: Possui uma dieta onívora, alimentando-se principalmente de insetos e sementes, mas ocasionalmente come frutos. Costuma frequentar comedouros com sementes e quirera de milho.
- Reprodução: A característica mais marcante da espécie é o hábito reprodutivo. O Molothrus bonariensis é uma ave parasita, pois utiliza do cuidado parental de outras aves para o seu benefício. A fêmea de vira-bosta se aproveita de algum momento de distração da vítima e deposita seus ovos no ninho da ave parasitada. Já foi registrado um mesmo ninho com até 37 ovos de Molothrus bonariensis sendo estes de várias fêmeas. Os ovos de vira-bosta podem apresentar a forma oval e redonda e a casca ter brilho ou ser fosca. As cores variam em tons de vermelho e verde, coberto por manchas ou pintas. O filhote é um frenético e incessante pedinte de comida. Os pais adotivos saem continuamente em busca de alimentos, mesmo depois do filhote ter saído do ninho.
- Estado de conservação: Pouco preocupante.
Características:
Mede cerca de 20 centímetros. O macho adulto é preto-azulado, mas dependendo da iluminação só se enxerga a cor negra. A fêmea é marrom-escura. Pode ser confundido com a graúna Gnorimopsar chopi, mas este é maior e possui o bico mais alongado e fino. Difere das duas outras espécies do gênero Molothrus, a iraúna-grande – Molothrus oryzivorus e o vira-bosta-picumã – Molothrus rufoaxillaris por ser bem menor que o primeiro e um pouco maior que o segundo, que além disso também apresenta a parte inferior das asas mais clara e uma mancha avermelhada na base inferior das asas.
Possui sete subespécies reconhecidas:
- Molothrus bonariensis bonariensis (Gmelin, 1789) – ocorre do leste da Bolívia até o Paraguai, Brasil, Uruguai e região central da Argentina;
- Molothrus bonariensis minimus (Dalmas, 1900) – ocorre nas Antilhas, nas ilhas de Martinica, Trinidad, Tobago, nas Guianas e no norte do Brasil;
- Molothrus bonariensis cabanisii (Cassin, 1866) – ocorre do leste do Panamá, na região de Darién, até a Colômbia;
- Molothrus bonariensis venezuelensis (Stone, 1891) – ocorre na região tropical leste da Colômbia e no norte da Venezuela;
- Molothrus bonariensis aequatorialis (Chapman, 1915) – ocorre da região tropical sudoeste da Colômbia até o oeste do Equador e na ilha Puná;
- Molothrus bonariensis occidentalis (Berlepsch & Stolzmann, 1892) – ocorre no extremo sudoeste do Equador, na região de Loja, e no oeste do Peru, da região sul até Lima;
- Molothrus bonariensis riparius (Griscom & Greenway, 1937) – ocorre da região tropical leste do Equador e Peru, na região do Río Ucayali, até o baixo rio Amazonas, no estado do Pará.
(IOC World Bird List 2017; Aves Brasil CBRO 2015).
Comentários:
É visto em espaços abertas como campos, pastos, parques e jardins. Entre junho e setembro é muito gregário, concentrando-se em pousos noturnos comunitários ou buscando alimentos em gramados e áreas campestres com capim baixo. Nessas concentrações, é possível observar os machos ameaçando-se mutuamente com seu característico comportamento de apontar o bico para cima e caminhar em direção ao oponente com as penas brilhando ao sol. O hábito de fuçar nas fezes do gado à procura de sementes mal digeridas lhe conferiu seu nome popular vira-bosta. Segue o gado para capturar os insetos por ele deslocados. Aprende a comer em comedouros artificiais de aves, a catar migalhas em locais públicos e a seguir arados para capturar minhocas e outros pequenos animais. É considerado uma praga agrícola, especialmente em arrozais do sul do país. O macho se exibe para a fêmea com voos curtos nos quais canta sem parar, arrepia suas penas e bate as asas semiabertas, e também com apresentações que envolvem eriçar as penas, balançando-as rapidamente e vocalizar.
Consulta bibliográfica sobre a espécie:
- FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
- SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
- Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
- ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
- CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.
Referências
- Wikiaves – disponível em http://www.wikiaves.com.br/vira-bosta Acesso em 28 Agosto de 2010.
- Museu de Zoologia João Moojen – disponível em http://www.museudezoologia.ufv.br/bichodavez/edicao19.htm Acesso em 28 Agosto de 2010.