Mocho-dos-banhados – (Asio flammeus)

Mocho-dos-banhados

O mocho-dos-banhados Asio flammeus é uma ave da família Strigidae. Ocorre em boa parte do planeta, no Brasil podemos encontrá-los de Goiás e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.

Foto – Renato Costa Pinto
  • Nome popular: Mocho-dos-banhados
  • Nome inglês: Short-eared Owl
  • Nome científico: Asio flammeus
  • Família: Strigidae
  • Habitat: Ave migratória, vem da América do Norte, atravessando os Andes até a Terra do Fogo. No Brasil, ocorre de Goiás e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. É comum nas regiões setentrionais da Europa e da Ásia. Em regiões tropicais é residente.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de pequenos mamíferos, sobretudo roedores, mas também morcegos; aves e insetos.
  • Reprodução: Constrói o ninho em solo pantanoso, debaixo de arbustos, em moitas de capim, ou numa suave depressão (Pearson, 1936) em meio a hastes de gramíneas, com o fundo recoberto por matéria vegetal e penas, sugerindo algum cuidado na construção do ninho. Nidifica em áreas relativamente abertas, e com um uso do solo pouco intensivo. O ninho feito no chão, escondido pela vegetação, como por exemplo por entre ervas altas, ou urzes. O número de ovos é bastante variável, dependendo da abundância de presas. As posturas mais frequentes contam entre 2 a 8 ovos, mas excepcionalmente podem chegar a 16. A incubação, realizada sobretudo pela fêmea, tem uma duração de 24 a 29 dias. Os juvenis podem abandonar o ninho muito cedo, mesmo antes de aprenderem a voar. A coruja dos banhados geralmente defende seu ninho realizando voos rasantes contra intrusos (inclusive o homem) quando se aproximam do local.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Foto – Renato Costa Pinto

Características:

É uma coruja que mede entre de 33 a 41,5 cm (macho) e 34 a 43 cm (fêmea), pesando entre 200 e 450 g (macho) e 260 a 500 g (fêmea), aspecto delgado e partes inferiores finamente estriadas, possuindo asas longas e “orelhas” curtas e inconspícuas (Meyer-de-Schauensee, 1970; Sick, 1997), tarso e dedos recoberto por penas. Asa de 281 a 335 mm. Fêmea possui plumagem mais escura que o macho e jovem possui estrias no peito e no ventre.

Possui dez subespécies:

  • Asio flammeus flammeus (Pontoppidan, 1763) – ocorre na América do Norte, Europa; Norte da Ásia e Norte da África;
  • Asio flammeus galapagoensis (Gould, 1837) – ocorre no Arquipélago de Galápagos;
  • Asio flammeus ponapensis (Mayr, 1933) – ocorre no Leste da Ilhas Carlina;
  • Asio flammeus sandwichensis (A. Bloxam, 1827) – ocorre no Arquipélago do Havaí;
  • Asio flammeus domingensis (Statius Muller, 1776) – ocorre na ilha Hispaniola e em Cuba (?);
  • Asio flammeus portoricensis (Ridgway, 1882) – ocorre na Ilha de Puerto Rico;
  • Asio flammeus suinda (Vieillot, 1817) – ocorre do Sul do Peru até a Bolívia, Sudeste do Brasil até a Terra do Fogo;
  • Asio flammeus bogotensis (Chapman, 1915) – ocorre na Cordilheira dos Andes da Colômbia, Equador e Noroeste do Peru;
  • Asio flammeus pallidicaudus (Friedmann, 1949) – ocorre no Norte da Venezuela e Guiana;
  • Asio flammeus sanfordi (Bangs, 1919) – ocorre nas Ilhas Malvinas.
Foto – Renato Costa Pinto

Comentários:

Frequenta áreas com arbustos e árvores esparsas, campos abertos, baixadas com manchas de vegetação, clareiras próximo a bordas de mata, terras cultivadas, pastagens abandonadas ou ativas, áreas urbanas e banhados onde pode ser vista caçando durante o dia, pousando sobre o solo ou peneirando. Adapta-se a áreas próximas de cidades e chega até a adentrar áreas urbanizadas. Ativa tanto à noite quanto de dia, com pico de atividade ao anoitecer. Normalmente menos ativa nos períodos de meio do dia e meio da noite (Konig, “Owls of the World”). Pode ser vista pousada em mourões de cerca, no topo de arbustos e postes, em fios de eletricidade ou outros locais expostos. Caça voando baixo executando manobras rápidas e batidas de asa lentas e flexíveis, deslizando em seguida pelo ar.

Foto – Renato Costa Pinto

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

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