Araçari-de-bico-riscado – (Pteroglossus inscriptus)

O araçari-de-bico-riscado Pteroglossus inscriptus é uma ave da família Ramphastidae. Conhecido também como araçari-letrado e araçari-mirim-de-bico-riscado.

Araçari-de-bico-riscado Foto – Ivan Cesar
  • Nome popular: Araçari-de-bico-riscado
  • Nome inglês: Lettered Aracari
  • Nome científico: Pteroglossus inscriptus
  • Família: Ramphastidae
  • Habitat: Ocorre principalmente no Brasil, na maior parte da Amazônia ao sul dos rios Negro e Amazonas, e nos estados de Pernambuco e Alagoas. Encontrado também na Bolívia e Colômbia.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente frutos, formigas e pequenos vertebrados, além de predar ovos de outras aves. Tem preferência por frutos de EmbaúbaCecropia pachystachya
  • Reprodução: Reproduz-se em buracos de arvores, sendo naturais ou feitos por pica paus.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. 
Araçari-de-bico-riscado Foto – Ivan Cesar

Características:

Mede entre 33 e 40 centímetros de comprimento e pesa entre 95 e 140 gramas. Possui a parte superior escura. A parte traseira, asas e cauda são verde-escuras, e o peito e barriga são amarelos. O uropígio é vermelho. Tem o bico típico de um tucano. A maxila é principalmente amarelo ou amarelo, com uma série de marcas verticais (“riscos”), e uma ponta preta; o padrão da mandíbula varia geograficamente, e podem ser primariamente amarelo ou inteiramente preto fosco. No macho, a cabeça e a garganta na cor preta, exceto a pele nua ao redor dos olhos. A parte de trás, asas, e retrizes verde escuro; rabadilha vermelho intenso. Peito, barriga, e crisso amarelo, podendo se apresentar manchado com manchas na cor canela. Penas da tíbia, com cor variando de quase inteiramente verde para cerca de metade verde e metade amarelo pálido esbranquiçado. A fêmea adulta a estrutura é similar à do macho adulto, mas os lados da cabeça, pescoço, e garganta são da cor castanha em vez de preto; há também uma faixa preta estreita na borda inferior da garganta castanha. A fêmea também tem o bico menor que o do macho.

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Pteroglossus inscriptus inscriptus (Swainson, 1822) – ocorre nas regiões norte e central da Amazônia Brasileira, no estado de Mato Grosso, no leste da Bolívia, também pode ser encontrado no nordeste do Brasil. Esta subespécie apresenta a maxila é principalmente amarela, com as marcas verticais (“riscos”) bem definidos. A ponta do bico e apenas a base proximal da mandíbula inferior são pretas.
  • Pteroglossus inscriptus humboldti (Wagler, 1827) ocorre no sudoeste da Colômbia, oeste do Brasil e na região norte e central da Bolívia. Esta subespécie apresenta a maxila superior de coloração amarelo ou amarelo-alaranjada e a mandíbula escura. As marcas verticais (“riscos”) no bico são menos definidas e em menor número e extensão do que na subespécie nominal.

(Clements checklist, 2014).

Araçari-de-bico-riscado Foto – Aisse Gaertner

Comentários:

Frequenta a copa de florestas altas de terra firme, tanto em seu interior quanto nas bordas, várzeas, florestas de galeria, capoeiras e clareiras. Apesar de viver em florestas, aventura-se em descampados e pomares em busca de árvores frutíferas. Frequenta as mesmas árvores frutíferas que Ramphastus vitelinus, Ramphastus tucanus e Pteroglossus aracari. É possível que os grupos sejam formados por membros da mesma família. É grande predador de ninhos e pode descer ao sub-bosque para seguir correições de formigas.

Araçari-de-bico-riscado Foto – Celi Aurora

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

Referências

Araçari-de-bico-branco – (Pteroglossus aracari)

O araçari-de-bico-branco Pteroglossus aracari é uma ave da família Ramphastidae. Conhecido também como araçari-culico, tucano-de-cinta, araçari-da-mata e araçari-minhoca.

Araçari-de-bico-branco Foto – Luiz Bravo
  • Nome popular: Araçari-de-bico-branco
  • Nome inglês: Black-necked Aracari
  • Nome científico: Pteroglossus aracari
  • Família: Ramphastidae
  • Habitat: Ocorre no lado oriental da Amazônia brasileira, ao norte do rio Negro no Amazonas e Roraima e também Venezuela e Guianas, indo para leste tanto acima quanto abaixo do rio Amazonas, regiões Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul até Santa Catarina.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de coquinhos, frutos, artrópodes e pequenos invertebrados. As espécies vegetais que o araçari mais gosta são a palmeira-juçara – Euterpe edulis e as canelas
  • Reprodução: Reproduz-se em buracos de arvores. Choca os ovos por cerca de 16 dias. Os filhotes crescem devagar, deixando o ninho com mais de 40 dias. Para alimentar os ninhegos, o casal é auxiliado pelos filhotes do ano anterior.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Araçari-de-bico-branco Foto – Luiz Bravo

Características:

Mede em média 43 e 46 de comprimento e pesa entre 177 e 325 gramas. Tem a maxila branca, que contrasta com a região de baixo do bico, que é negra. A cabeça é recoberta pela cor negra, com coberteiras castanho-escuros, na altura dos ouvidos. A região perioftálmica é nua, azul acinzentada tendendo ao preto e os olhos são marrons. O verde recobre o dorso e o Uropígio é vermelho. Possui a região da barriga amarelada, transpassada por uma faixa vermelha na região mediana, e coxas verde-oliva, o que o diferencia das outras espécies do seu grupo. O bico da fêmea é um pouco menor que o do macho.

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Pteroglossus aracari atricollis (Statius Müller, 1776) – ocorre no leste da Venezuela e nas Guianas, e no norte do Brasil. Difere de P. a. acari pela faixa mais larga no cúlmen, pela cor mais avermelhada nas coberteiras dos ouvidos e, ainda, os calções de coloração canela-ferruginea;
  • Pteroglossus aracari aracari (Linnaeus, 1758) – apresenta ocorrência disjunta no território brasileiro, sendo encontrado ao sul do Rio Amazonas, do Rio Madeira até o estado do Maranhão e norte do estado de Mato Grosso e Goiás; também no leste dos estados de Pernambuco e Alagoas e no leste do estado de Minas Gerais e nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro;
  • Pteroglossus aracari wiedii (Sturm & Sturm, 1847) – ocorre nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Mais parecido com P. castanotis, difere de P. a. acari por apresentar a faixa negra do cúlmen um pouco mais fina. Além disso, um castanho menos escuro recobre as coberteiras dos ouvidos, bochechas e parte superior da garganta.

Piacentini et al. (2015); Clements checklist (2014).

Araçari-de-bico-branco Foto – Aisse Gaertner

Comentários:

Frequenta a copa de florestas altas de terra firme, várzeas e igapós, tanto no interior como nas bordas. Pode ser visto em plantações como a de mamão, e fica perto de árvores frutíferas da mata. Geralmente ocorre em altitudes baixas, a 500 m, porém já foram observados indivíduos ao Sul da Venezuela, a 1000 m. Vive normalmente em grupos com cerca de 10 indivíduos ou mais, voando em fila indiana através de clareiras na floresta. Evita tucanos maiores. É importante dispersor de sementes, assim como outros tucanos.

Araçari-de-bico-branco Foto – Aisse Gaertner

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.
  • Piacentini et al. (2015). Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(2): 91–298.

Referências