Mutum-de-penacho – (Crax fasciolata)

Mutum-de-penacho – (Crax fasciolata)

O Mutum-de-penacho Crax fasciolata é uma ave da família Cracidae, encontrado no Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina. São aves arborícolas um pouco maiores que uma galinha, possuem penacho com a ponta das penas recurvadas para cima.

Mutum-de-penacho Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Mutum-de-penacho
  • Nome inglês: Bare-faced Curassow
  • Nome científico: Crax fasciolata
  • Família: Cracidae
  • Habitat: Ocorre ao sul do Rio Amazonas, do Brasil central até o oeste de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Encontrado também na Bolívia, Paraguai e Argentina. As populações da Amazônia, pertencentes à subespécie Crax fasciolata pinima, encontram-se ameaçadas de extinção, sobretudo em consequência da caça
  • Alimentação: Alimenta-se de frutos, folhas e brotos de plantas. Caça também caramujos, gafanhotos, pererecas, lagartixas e outros pequenos animais.
  • Reprodução: Faz o ninho sobre árvores, onde a fêmea põe de 2 a 3 ovos brancos com a casca bastante áspera, que choca durante 30 dias. Os filhotes já nascem espertos e de olhos abertos. Nos primeiros dias de vida, movimentam-se sobre a cauda da mãe e logo entre a galhada, sempre dormindo sob as asas da mãe. Acompanham os pais ainda durante alguns meses
  • Estado de conservação: Vulnerável. iucn vu
Mutum-de-penacho Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede cerca de 83 cm de comprimento e pesa 2,7 kg. O macho é preto com a região da barriga branca e a fêmea tem a plumagem preta listrada de branco, cabeça e pescoço preto, peito canela e barriga bege.

Possui três subespécies reconhecidas pelo CBRO:

  • Crax fasciolata fasciolata (Spix, 1825) – ocorre no Brasil nas regiões central e sudeste, Paraguai e no norte da Argentina nas províncias de Formosa, Chaco, Corrientes e Misiones;
  • Crax fasciolata grayi (Ogilvie-Grant, 1893) – ocorre no leste da Bolívia, nos departamentos de Beni e Santa Cruz;
  • Crax fasciolata pinima (Pelzeln, 1870) – ocorre no nordeste da amazônia brasileira, a leste do rio Tocantins, abrangendo o nordeste do Pará e a Amazônia Maranhense.

(Clements checklist, 2014; Aves Brasil CBRO – 2015; IOC World Bird List 2017.)

Mutum-de-penacho Foto – Edgard Thomas

Comentários:

Habita o chão de florestas de galeria e bordas de florestas densas. Vive aos pares ou em pequenos grupos familiares. Embora passe a maior parte do tempo no chão, empoleira-se para dormir. Procura sempre o mesmo poleiro para dormir, mas em noites enluaradas fica muito inquieto, abandonando o ponto tradicional e procurando outro local próximo. Trai seu nervosismo por movimentos de abrir e fechar da cauda. Outros tiques nervosos são os movimentos súbitos de sacudir a cabeça lateralmente e eriçar o penacho.

Mutum-de-penacho Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Aracuã-do-pantanal – (Ortalis canicollis)

Aracuã-do-pantanal – (Ortalis canicollis)

O aracuã-do-pantanal é uma ave da família Cracidae. Ocorre no Brasil, Paraguai, na Bolívia e na Argentina.

Aracuã-do-pantanal Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Aracuã-do-pantanal
  • Nome inglês: Chaco Chachalaca
  • Nome científico: Ortalis canicollis
  • Família: Cracidae
  • Habitat: No Brasil está presente em toda a planície do pantanal. Ocorre também no Paraguai, na Bolívia e na Argentina.
  • Alimentação: Alimentam-se basicamente de folhas, frutos, sementes, flores e lagartas. Atuam como grandes dispersoras de sementes.
  • Reprodução: Constrói o ninho com galhos, cipós e folhas, em formato de plataforma e material pouco organizado. Ficam em árvores ou arbustos com folhagem densa, de 2,5 a 4 metros de altura, onde são postos 4 ovos alaranjados ou de cor creme escuro, chocados durante 28 dias. Um ou dois dias após nascerem, os filhotes emplumados já voam, acompanhando os pais ou grupo pelas árvores. Para dormir, ficam empoleirados ao lado de um adulto, o qual os protege com as asas entreabertas.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante iucn lc
Aracuã-do-pantanal Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede em média 55 cm de comprimento, sendo a maior espécie do gênero Ortalis. Tem testa anegrada, cabeça e nuca cinzas. Pele do olho vermelha. A característica mais marcante na plumagem é a cauda, longa, onde se destacam as penas laterais marrons avermelhadas, contrastando com o cinza escuro das demais. Em voo ou pousados, deixam a cauda entreaberta, tornando visível essa característica. Pelo formato das asas, relativamente pequenas e redondas, precisam batê-las intensamente para cruzar áreas abertas. Apesar disso, atravessam os rios pantaneiros sem problemas. Seu som é dominante nas manhãs e tardes do Pantanal

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Ortalis canicollis canicollis (Wagler, 1830) – ocorre do Chaco do leste da Bolívia até o oeste do Paraguai e no norte da Argentina.
  • Ortalis canicollis pantanalensis (Cherrie & Reichenberger, 1921) – ocorre no oeste do Brasil, no sudoeste do estado de Mato Grosso.

(Piacentini et al. 2015; Gill & Wright, 2017; Clements checklist, 2016).

Aracuã-do-pantanal Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

Frequenta matas ciliares, mata de galeria, palmares, capoeiras, matas secundárias, carandazais, bacurizais, veredas, ambientes alagadiços, cerradão e matas secas. No pantanal só não vive em campos e cerrados sem capões de matas.

Aracuã-do-pantanal Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências