Arapapá – (Cochlearius cochlearius)

Arapapá

O Arapapá Cochlearius cochlearius é uma ave da família Ardeidae. Conhecido popularmente como savacu, colhereiro, arataiá, arataiaçu, socó-de-bico-largo, tamatiá e tamatião. Ocorre do México à Argentina, em quase toda a América Central e do Sul.

Arapapá Foto – Flávio Pereira
  • Nome popular: Arapapá
  • Nome inglês: Boat-billed Heron
  • Nome científico: Cochlearius cochlearius
  • Família: Ardeidae
  • Habitat: Ocorre do México à Bolívia e Argentina, em quase todo o Brasil, da Amazônia ao Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de crustáceos, insetos e vermes. Geralmente a alimentação acontece em locais com cascalho, águas rasas de arrebentação ou lamaçais. Pode se alimentar também de anuros.
  • Reprodução: Reproduz-se em colônias, construindo um ninho frágil de gravetos em manguezais, podendo associar-se a outros pássaros, como garças e guarás. Põe de 1 a 3 ovos branco-azulados, às vezes com pontos avermelhados na extremidade mais larga. Período de incubação de 23 a 28 dias. Os pais, principalmente a mãe, são muito agressivos na defesa do ninho, pondo em fuga outras aves que se aproximem e protestando com veemência ante a aproximação de seres humanos.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Arapapá Foto – Flávio Pereira

Características:

É uma ave e de porte médio, que mede entre 45 e 53,5 centímetros de comprimento e pesa entre 503 e 770 gramas (Martínez-Vilalta, 1999). Apresenta uma coroa preta com a testa e a face brancas. Caso seja visto frontalmente, impressiona o branco puro da fronte e do pescoço anterior. As asas são cinzentas. As longas penas lanceoladas da região occipital formam uma conspícua crista preta. A parte superior das costas apresenta uma coloração escura que contrasta com a cor cinzenta das demais partes superiores. Alto dorso atravessado por uma faixa negra que pouco dá na vista. O peito é claro apresentando uma tonalidade ligeiramente acastanhada, já o ventre e o crisso são de coloração camurça. Os flancos do ventre apresentam penas pretas. O bico é preto com uma leve tonalidade amarelada na base da mandíbula inferior. Apresenta uma pequena mancha amarelo-esverdeada na parte superior da maxila que se origina na porção distal e atinge a região do encontro com a testa branca.

Possui cinco subespécies resconhecidas:

  • Cochlearius cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) – ocorre do leste do Panamá até as Guianas, no Brasil e no nordeste da Argentina;
  • Cochlearius cochlearius panamensis (Griscom, 1926) – ocorre na Costa Rica e no Panamá;
  • Cochlearius cochlearius zeledoni (Ridgway, 1885) – ocorre no oeste e centro do México;
  • Cochlearius cochlearius phillipsi (Dickerman, 1973) – ocorre na porção tropical do leste do México e em Belize,
  • Cochlearius cochlearius ridgwayi (Dickerman, 1973) – ocorre na região tropical do sul do México até o oeste de Honduras e El Salvador.
Arapapá Foto – Flávio Pereira

Comentários:

Frequenta manguezais, lagos, brejos de água doce e rios florestados, sendo pouco avistado pelo fato de estar mais ativo durante a noite. Vive solitário ou aos casais, temporariamente em pequenos bandos. Descansa durante o dia sobre as árvores, às vezes em grupos da mesma espécie, ficando absolutamente quieto, passando despercebido facilmente; mantém então o bico sempre abaixado sobre o peito como se mergulhado em profunda meditação. Quando realmente dorme, inclina a cabeça para o lado, colocando o bico sobre a asa e fazendo-o desaparecer por completo. É uma ave solitária, que evita os seres humanos e a maioria das outras aves.

Arapapá Foto – Edgard Thomas

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

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