Talha-mar – (Rynchops niger)

Talha-mar

O talha-mar Rynchops niger é uma ave da família Laridae. Conhecido também como corta-água, talha-mar-preto, corta-mar, bico-rasteiro e gaivota-de-bico-tesoura.

Talha-mar Foto – Hilton Filho
  • Nome popular: Talha-mar
  • Nome inglês: Black Skimmer
  • Nome científico: Rynchops niger
  • Família: Laridae
  • Subfamília: Rynchopinae
  • Habitat: Ocorre desde os Estados Unidos até a Terra do Fogo, na Argentina. Encontrado em grandes rios e lagos do Brasil, sendo visto na costa durante as migrações.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de peixes e camarões caçados próximos à superfície. Procura alimento durante o crepúsculo e à noite, voando rente à água com a parte inferior do bico mergulhada, como se estivesse arando, numa velocidade de cerca de 36 km/h.
  • Reprodução: Constrói o ninho em colônias, escavando um buraco na areia em praias de grandes rios da Amazônia e do Centro-oeste. Põe de 2 a 4 ovos amarelados, manchados de marrom escuro, principalmente na extremidade maior, que incuba por 21-26 dias. A captura de ovos pelo homem representa uma ameaça às colônias de algumas regiões acessíveis.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Talha-mar Foto – Hilton Filho

Características:

Mede em média 50 cm de comprimento e pesa entre 232 e 374 gramas. Tem a plumagem geral preta e branca, sendo que a porção superior é negra, marcada com uma pequena margem branca, enquanto a parte inferior é branca. A faixa frontal entre o bico e a coroa é branca. A coroa, nuca e dorso são negros. As asas são cinza escuro, da cor de fuligem, quase pretas. As rêmiges primárias são longas e pretas. A cauda ligeiramente bifurcada é curta, branca com as retrizes centrais negras. A face, pescoço, peito, ventre e crisso são brancos. As pernas relativamente curtas são de cor laranja avermelhada e os pés são palmados. O bico grande e comprimido lateralmente apresenta a coloração laranja avermelhado na base e preto na ponta. A mandíbula inferior é flexível e significativamente mais longa do que a maxila. Os olhos são castanhos, com as pupilas fendidas verticalmente.

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Rynchops niger niger (Linnaeus, 1758) – ocorre na costa dos Estados Unidos da América e México até a península de Yucatan. No inverno pode ser encontrado da Califórnia até a costa do Panamá.
  • Rynchops niger cinerascens (Spix, 1825) – ocorre da costa da Colômbia até a foz do rio Amazonas. A leste, Equador, Bolívia até o noroeste da Argentina. No inverno pode ser encontrado na região costeira que vai do Equador até o sul do Chile e do Panamá até a ilha de Trinidad e no norte do Brasil.
  • Rynchops niger intercedens (H. Saunders, 1895) – ocorre nos grandes rios do leste do Brasil, do Maranhão até Mato Grosso, leste do Paraguai, Uruguai e no nordeste da Argentina até a Bahía Blanca. No inverno é encontrado principalmente na região costeira.

(IOC World Bird List 2018; Aves Brasil CBRO 2015).

Talha-mar Foto – Aisse Gaertner

Comentários:

Frequenta praias de grandes rios e lagos, estuários e praias ao longo da costa. Vive em grupos maiores apenas durante o período reprodutivo, e aos pares ou em pequenos grupos, fora deste. Frequentemente é visto descansando nas praias em meio a outras espécies, como gaivotas e trinta-réis. O período reprodutivo ocorre de outubro à março e apenas durante ele é que podem ser vistos em bandos, escavam na areia da praia formando ninhos em colônias e dão origem à filhotes semelhantes aos adultos porém com coloração branca pardacenta, o que propicia e facilita sua camuflagem na areia.

Talha-mar Foto – Julio Filipino

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.

Referências

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *