Suiriri – (Tyrannus melancholicus)

O suiriri Tyrannus melancholicus é uma ave da família Tyrannidae. Ocorre em todo o Brasil. e Também nos Estados Unidos e quase toda a América Central e do Sul (Sick, 1997).

Suiriri Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Suiriri
  • Nome inglês: Tropical Kingbird
  • Nome científico: Tyrannus melancholicus
  • Família: Tyrannidae
  • Subfamília: Tyranninae
  • Habitat: Ocorre em todo o Brasil e também desde os Estados Unidos a quase toda a América Central e do Sul (Sick, 1997). É uma espécie muito observada no estado de Santa Catarina entre setembro e começo de abril, época em que ocorre sua nidificação (dezembro/janeiro). Algumas populações migratórias possuem asas mais pontudas, o que pode ser explicado como uma adaptação para voos longos (Sick, 1997). A população ocorrente na Argentina, Uruguai, grande parte do Paraguai, extremo sudeste boliviano e sul do Brasil é migratória, indo para a Amazônia a partir de março/abril. Retorna em outubro, passando pelo Pantanal em abril/maio e em setembro/outubro
  • Alimentação: Alimentam-se principalmente de insetos voadores e frutos. A partir do poleiro, realiza um voo de poucos até dezenas de metros, em todas as direções, apanhando a presa no ar. Classicamente, retorna ao local de origem para consumi-la, muitas vezes batendo fortemente no galho para matá-la ou estonteá-la. Está em seu poleiro nas primeiras horas da manhã e muitas vezes permanece todo o dia, apesar do sol e calor. Além de insetos, alimenta-se de frutos, esses últimos muito consumidos por aves em migração. Aprecia muito os frutos do tapiá ou tanheiro  – Alchornea glandulosa.
  • Reprodução: Reproduzem-se construindo um ninho feito pelo casal, que utiliza pequenos galhos e gavinhas secas, além de elementos artificiais como fios de nylon e de plástico. Realizam a postura de até três ovos de cor branca com pintas e manchas cor de vinho, que são incubados por até 17 dias. Muitos ninhos de passeriformes são atacados por predadores como ramphastídeos, mas os pais defendem o território do ninho, além de receberem auxílio de outras espécies de tiranídeos para espantar predadores (Brusque, 2007).
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Suiriri Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede entre 18 e 24,5 centímetros de comprimento e pesa entre 32 e 43 gramas (Mobley, 2016). Tem a cabeça predominantemente cinza, com a garganta mais clara, tendendo ao branco, e uma faixa difusa mais escura na região ocular e auricular. O píleo é de coloração laranja — uma característica visível quando eriça o topete em suas disputas territoriais. O peito possui coloração verde-oliva, destacando-se da coloração amarela da barriga. Os imaturos são similares aos adultos, mas as bordas das coberteiras são acastanhadas.

Suiriri Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

Costumam ficar pousados em poleiros expostos, seja na parte alta da mata, seja em arbustos. Usam também fios, cercas e estruturas criadas pela ação humana. Vivem solitários ou em casais, são muito agressivos entre si. Vive em grupos de até duas dezenas de suiriris, que podem ser vistos empoleirando-se próximos, algumas vezes junto a tesourinhas. Durante o dia, fluxos constantes de suiriris voando na mesma direção a poucos metros das copas podem ser notados, chamando a atenção pela pequena distância entre si e pela continuidade do movimento, às vezes por 30 ou 40 minutos, com 2 ou 3 aves de cada vez. Canta frequentemente do final da madrugada ao início da noite, geralmente pousado em fios, antenas, mourões de cerca ou nos galhos mais altos das árvores, o que amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc. Um fato interessante observado é que os indivíduos costumam escolher os mesmos horários e lugares para seus gorjeios, mesmo em diferentes épocas do ano. Na época da primavera/verão chega a cantar às 2 ou 3 horas da manhã.

Suiriri Foto – Afonso de Bragança

 

Áreas de ocorrência no Brasil.

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências