Udu-de-coroa-azul – (Momotus momota)

Udu-de-coroa-azul – (Momotus momota)

O udu-de-coroa-azul Momotus momota é uma ave da família Momotidae. Ocorre do norte da América do Sul ao norte da Argentina, incluindo grande parte do território brasileiro.

Udu-de-coroa-azul Foto – Renato Costa Pinto
    • Nome popular: Udu-de-coroa-azul
    • Nome inglês: Amazonian Motmot
    • Nome científico: Momotus momota
    • Família: Momotidae
    • Habitat: Ocorre do norte da América do Sul ao norte da Argentina, incluindo grande parte do território brasileiro.
    • Alimentação: Alimenta-se de frutos, insetos e pequenos vertebrados. Captura suas presas diretamente no solo ou próximo dele. Bate as presas grandes contra galhos antes de engoli-las. Frequenta comedouros com frutos. Também tem o hábito de seguir formigas de correição.
    • Reprodução: Constrói o ninho em buracos nos barrancos de rio, às vezes com mais de um metro e estreito, onde são depositados três ou quatro ovos brancos. Nas matas sem barrancos pode aproveitar a entrada do buraco de um tatu para iniciar a escavação do seu túnel horizontal logo abaixo do nível do solo. Tendo a ave cerca de 45 centímetros, com sua cauda, fica a questão de como entra e sai sem danificar suas longas penas especiais. O período reprodutivo é de julho a novembro.
    • Estado de conservação: Pouco preocupante.  iucn lc
Udu-de-coroa-azul Foto – Renato Costa Pinto

Características:

Mede entre 41 e 46 centímetros de comprimento. A subespécie M. m. momota pesa 145 gramas. As partes superiores da ave são verdes, tornando-se azuis na cauda inferior, e as partes de baixo são verdes ou possuem coloração ferruginosa, dependendo da subespécie. A cabeça possui uma coroa negra, circundada por uma faixa roxa e azul. Há uma máscara negra e a nuca do animal é castanha. A cauda é longa, com as penas centrais mais compridas do que o corpo e com as demais menores e escalonadas. Na ponta das penas centrais aparecem duas raquetes, onde as franjas laterais da pena foram perdidas e restou somente a ponta. Essa estrutura chama ainda mais a atenção quando a juruva movimenta a cauda lateralmente, em especial quando sente-se observada. Ela origina-se da perda, natural, das estruturas laterais da pena após sua formação.

Possui nove subespécies reconhecidas:

  • Momotus momota microstephanus (P. L. Sclater, 1858) – ocorre nas planícies a leste da cordilheira andina, no leste da Colômbia, oeste da Venezuela, leste do Equador, nordeste do Peru e noroeste do Brasil (leste do alto Rio Negro).
  • Momotus momota momota (Linnaeus, 1766) – ocorre na Venezuela do Rio Orinoco até o norte do Brasil no estado do Amapá, até a margem esquerda do baixo Rio Amazonas.
  • Momotus momota ignobilis (Berlepsch, 1889) – ocorre no leste do Peru, norte da Bolívia, e no oeste do Brasil.
  • Momotus momota simplex (Chapman, 1923) – ocorre no norte do Brasil, ao sul do Rio Amazonas (da fronteira com o Peru até o alto Rio Xingu, e ao sul até o norte do Mato Grosso e região central de Goiás).
  • Momotus momota cametensis (E. Snethlage, 1912) – ocorre do baixo Rio Xingu (provavelmente do baixo Rio Tapajós) até o Rio Tocantins.
  • Momotus momota parensis (Sharpe, 1892) – ocorre no leste do Brasil da foz do Rio Amazonas até o Ceará e provavelmente oeste do estado de Alagoas.
  • Momotus momota marcgravianus (Pinto & Camargo, 1961) – ocorre no nordeste do Brasil, do estado da Paraíba até o estado de Alagoas.
  • Momotus momota nattereri (P. L. Sclater, 1858) – ocorre no norte e na região central da Bolívia.
  • Momotus momota pilcomajensis (Reichenow, 1919) – ocorre do leste da Bolívia e norte da Argentina (província de Salta) até o leste e sul do Brasil (nos estados de Goiás, São Paulo e Paraná).

(del Hoyo, J.; et al., 2014 em HBW).

Udu-de-coroa-azul Foto – Renato Costa Pinto

Comentários:

Frequenta variados tipos de vegetação como florestas tropicais, cerrados, cerradões, matas ciliares, matas secas, áreas esparsamente arborizadas e áreas antrópicas. Ativa durante todo o dia, impressiona a dificuldade de vê-la nas sombras da vegetação, apesar do colorido intenso do corpo e cabeça, além do tamanho da cauda. No entanto, não teme o ser humano, e ocorre até mesmo em matas nas áreas urbanas, às vezes visitando as habitações próximas. Gosta de pousar no chão para capturar insetos ou para beber água nos córregos. Vive em casal, em bandos pequenos ou solitário.

Udu-de-coroa-azul Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências