Saíra-beija-flor – (Cyanerpes cyaneus)

Saíra-beija-flor – (Cyanerpes cyaneus)

O saíra-beija-flor Cyanerpes cyaneus é uma ave da família Thraupidae. Conhecida também como saí-azul-de-pernas-vermelhas, saí-beija-flor e saí-verdadeiro.

Saíra-beija-flor Foto – Jarbas Mattos
  • Nome popular: Saíra-beija-flor
  • Nome inglês: Red-legged Honeycreeper
  • Nome científico: Cyanerpes cyaneus
  • Família: Thraupidae
  • Subfamília: Dacninae
  • Habitat: Ocorre em toda a Amazônia brasileira e no Centro Oeste. No Nordeste e Sudeste mais restrito à Mata Atlântica. Escasso no Sul. Presente também em todos os países amazônicos da América do Sul e desde o México até o Panamá. Também na ilha de Cuba.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de insetos, frutas e néctar das flores. Já foi observado caçando cupins em revoada e se alimentando de laranjas e caquis.
  • Reprodução: Constrói o ninho em formato de tigela rasa bem fixada com teias de aranha a uma forquilha. Cada ninhada geralmente tem 2 ou 3 ovos chocados pela fêmea, tendo 2 ou 3 ninhadas por estação. Os filhotes nascem após 12 ou 13 dias. O macho ajuda a alimentar os filhotes que saem do ninho após 14 dias de vida. Atinge a maturidade sexual aos 12 meses.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Saíra-beija-flor Foto – Jarbas Mattos

Características:

Mede em média 12 cm de comprimento e pesa 14 gramas. O macho tem a cabeça de coloração azul intenso com a coroa azul claro, uma máscara ocular preta que inicia na região loral e termina logo após os olhos. O dorso é preto, a porção inferior das costas e o uropígio são azuis. As asas e a cauda curta são pretas, sendo que as asas apresentam a porção interna amarela e as rêmiges com coloração preta e amarela. Esta coloração é visível quando a ave está voando ou quando mantém as asas levantadas. A garganta, peito, ventre e crisso são azuis ultramarino. A fêmea tem a coroa e nuca na cor verde, uma faixa transocular preta que se inicia após o bico e termina logo após os olhos. Sobre os olhos apresenta uma sobrancelha clara. O restante das partes superiores é verde sem brilho. O queixo e a garganta são claros. O peito e o ventre apresentam a plumagem com fundo claro e a parte superior das penas esverdeadas. O crisso é pálido, na coloração branco-amarelado. Sob as asas apresenta coloração amarelo opaco. Os Juvenis tem a plumagem similar na aparência ao adulto do sexo feminino. O macho imaturo apresenta plumagem intermediária entre jovens e adultos do sexo masculino e as pernas e pés rosados. A íris é marrom escura, o bico, relativamente longo e curvado, é preto. O macho apresenta os tarsos, pés e dedos na coloração vermelho brilhante e na fêmea eles são de coloração rosa-acinzentados

Tem onze subespécies reconhecidas:

  • Cyanerpes cyaneus cyaneus (Linnaeus, 1766) – ocorre no leste da Venezuela; na ilha de Trinidad; nas Guianas e no norte do Brasil até o Rio Negro e até a foz do Rio Amazonas.
  • Cyanerpes cyaneus brevipes (Cabanis, 1851) – ocorre na região central amazônica do Brasil, do baixo Rio Amazonas na região de Manacapurú até a porção média do Rio Tocantins.
  • Cyanerpes cyaneus holti (Parkes, 1977) – ocorre na região costeira do Brasil, desde o estado de Alagoas até o estado do Rio de Janeiro; também é encontrado na ilha de Cuba onde acredita-se ser resultado de introdução.
  • Cyanerpes cyaneus violaceus (J. T. Zimmer, 1942) – ocorre no sudeste do Peru, norte da Bolívia, e oeste do Brasil, onde é encontrado no estado de Mato Grosso.
  • Cyanerpes cyaneus carneipes (P. L. Sclater, 1860) – ocorre no sudeste do México, do estado e San Luis Potosí na costa do golfo do México (incluindo a ilha de Cozumel) e estado de Oaxaca na costa do Oceano Pacifico até o Panamá, incluindo as ilhas de Coiba e Perola, e noroeste da Colômbia.
  • Cyanerpes cyaneus gemmeus (Wetmore, 1941) – ocorre no norte da Colômbia, na região da península de Guajira, na Serranía de Macuira.
  • Cyanerpes cyaneus pacificus (Chapman, 1915) – ocorre no oeste da Colômbia e no oeste do Equador onde atinge até a região de Pichincha;
  • Cyanerpes cyaneus gigas (Thayer & Bangs, 1905) – ocorre na ilha de Gorgona na costa oeste da Colômbia.
  • Cyanerpes cyaneus eximius (Cabanis, 1851) – ocorre no norte da Colômbia, na região de Santa Marta, Sierra de Perijá, e a leste da cordilheira dos Andes na região de Santander e no norte e oeste da Venezuela e na Ilha Margarita;
  • Cyanerpes cyaneus dispar (J. T. Zimmer, 1942) – ocorre na Colômbia a leste da cordilheira dos Andes até o sudoeste da Venezuela, norte do Brasil, leste do Equador (onde é raro), e nordeste do Peru;
  • Cyanerpes cyaneus tobagensis (Hellmayr & Seilern, 1914) – ocorre na Ilha de Tobago no Caribe;

(Clements checklist, 2014).

Saíra-beija-flor Foto – Renato Costa Pinto

Comentários:

Frequenta florestas de diversos tipos, da Amazônia e de outras regiões do Brasil e da América do Sul. Vive em pequenos bandos, tanto nas copas de árvores de grande porte, como em mata baixa (matas secundárias). Segue regularmente bandos mistos de pássaros e realiza migrações locais. Surge então em locais onde não é visto em outras ocasiões.

Saíra-beija-flor Foto – Carlos Grupilo

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Tachã – (Chauna torquata)

Tachã – (Chauna torquata)

A tachã Chauna torquata é uma ave da família Anhimidae. Também conhecido por inhuma-poca, chajá, anhuma-do-pantanal, tarrã e tachã-do-sul. Ocorre da Bolívia até a região Sul do Brasil e Argentina.

Tachã Foto – Jarbas Mattos
  • Nome popular: Tachã
  • Nome inglês: Southern Screamer
  • Nome científico: Chauna torquata
  • Família: Anhimidae
  • Habitat: Ocorre na Argentina e Bolívia até Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo.
  • Alimentação: Alimenta-se, principalmente, de folhas de plantas aquáticas, apanhadas enquanto caminha pelo brejo ou nas margens, assim como insetos e moluscos.
  • Reprodução: Constrói o ninho de folhas emaranhadas sobre um arbusto ou árvore pequena, sempre sobre a água. Coloca de 2 a 7 ovos, chocados durante cerca de 45 dias. Geralmente o macho passa mais tempo chocando os ovos, revezando com a fêmea quando precisar se alimentar mas nunca deixam o ninho sozinho. Os filhotes saem do ninho logo depois de nascerem ou no dia seguinte, cobertos com penugem semelhante a dos patinhos. Caminham com os pais, ficando imóveis e escondidos na vegetação ao primeiro grito de alerta. Os juvenis recebem os cuidados parentais de ambos os progenitores durante 3 a 4 meses. Os filhotes nascem com plumagem densa, marrom-amarelada. Geralmente os ninhos são construídos nos brejos conectados aos rios e é possível observar, durante a baixa das águas, as tachãs chocando a poucos metros da calha do rio.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Tachã Foto – Jarbas Mattos

Características:

Tem cor pardo-acinzentada escura, com algumas manchas brancas, cabeçuda e topetuda. O pescoço é contornado por uma gola negra realçada por uma segunda penugem branca. A face superior da asa é negra, com grande área branca visível durante o vôo, a face inferior da asa é totalmente branca. Região perioftálmica, anel nu ao redor do pescoço (nem sempre visível), pernas são vermelhas.

Tachã Foto – Jarbas Mattos

Comentários:

O seu voo é muito pesado e barulhento, possui asas largas. No entardecer forma grandes bandos para pernoitar nos banhados, ficando em pé na água rasa. Forma grandes bandos para pernoitar nos banhados, ficando em pé na água rasa.

Tachã Foto – Jarbas Mattos

Referências & Bibliografia:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • Wikiaves – disponível em: https://www.wikiaves.com.br/wiki/tacha Acesso em 18 Março de 2010.
  • Wikipédia – disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Chauna_torquata Acesso em 31 de Outubro de 2010.