Corruíra – (Troglodytes musculus)

Corruíra

A corruíra é uma ave da família Troglodytidae. Conhecida também como, cambaxirra, cambuxirra, garrincha e corruíra-de-casa. Ocorre desde o Canadá até o sul da Argentina.

Corruíra Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Corruíra / Cambaxirra
  • Nome inglês: Southern House Wren
  • Nome científico: Troglodytes musculus
  • Família: Troglodytidae
  • Habitat: Ocorre desde o Canadá até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil.
  • Alimentação: Come insetos pequenos (besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, vespinhas) e aranhinhas, e às vezes até filhotes de lagartixa. Captura as presas enfiando o bico em frestas e cavidades, tanto em construções humanas quanto sob a casca de plantas. Por alimentar-se de pequenos insetos que procura entre a folhagem baixa e em todo lugarzinho escondido nos cantos dos jardins. Por este motivo recebeu o nome científico de musculus, que significa rato, já que dá a impressão de ser um camundongo, quando está saltitando pelos cantos.
  • Reprodução: Constrói o ninho em todo tipo de cavidade, o que motivou também o nome do gênero Troglodytes, que significa morador da caverna. Com certeza os comportamentos mais notáveis em relação a esta espécie referem-se a sua reprodução, pois a corruíra é capaz de construir seu ninho nos locais mais improváveis. A lista de relatos de ninhos construídos em condições incomuns é grande, passando por telefones públicos, tratores, caixas de música, instalações elétricas, etc. É uma das aves que mais se aproveita dos ninhos artificiais disponibilizados pelos humanos, especialmente caixas com entrada pequena. Nidifica em qualquer cavidade, como troncos de árvores ocas, embaixo de telhas de casas ou em ninhos de outras aves. Os ninhos são constituídos principalmente por gravetos entrelaçados com no máximo 18,00 cm e mínimo 1,7 cm. Apresentavam folhas, raízes, sementes e diversos materiais industrializados como pregos, metais, papel, plástico e tecido. No local em que são depositados os ovos (câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pêlos provavelmente de bovino, suíno e eqüino e, grande quantidade de cabelos humanos. Os ovos, de 3 a 6, vermelho-claros, densamente salpicados de vermelho-escuro, com manchas cinza-claras, eclodem após cerca de duas semanas e os filhotes demoram quase o dobro deste tempo para abandonar o ninho. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes. ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL
  • Estado de conservação: Pouco preocupante. iucn lc
Corruíra Foto – Afonso de Bragança

Características:

Mede 12 cm de comprimento. Seu canto trinado, alegre e melodioso, é ouvido principalmente no começo da manhã. Enquanto ela se move sobre construções ou na vegetação, emite sem parar um crét crét, rouco e baixo.. Bem pequena, pode ser escondida na palma da mão. A corruíra é grande cantadora. Eventualmente pode destruir ovos de outras espécies de aves sem nem mesmo alimentar-se deles. Este comportamento pode estar relacionado à eliminação de competidores de outras espécies. Há vários relatos deste comportamento para a espécie americana, e para a brasileira há uma descrição de predação em ovos do Sabiá-barranco Turdus leucomelas. Vive solitária ou aos pares; macho e fêmea cantam em dueto. Muito comum, ocorre virtualmente em todos os hábitats abertos e semi-abertos, aparecendo rapidamente em clareiras abertas em regiões florestadas. Habita também os arredores de casas e jardins, inclusive no centro de cidades, e ocupa ilhas na costa marítima, cerrados, a caatinga, borda de matas e margens de banhados

Possui dezoito subespécies reconhecidas:

  • Troglodytes musculus albicans (Berlepsch & Taczanowski, 1884) – ocorre no sudoeste da Colômbia e oeste do Equador;
  • Troglodytes musculus clarus (Berlepsch & Hartert, 1902) – ocorre na ilha de Trinidad, nas Guianas, na Venezuela, no Brasil, no norte do Peru e na Colômbia;
  • Troglodytes musculus intermedius (Cabanis, 1861) – ocorre no sul do México; do sudeste do estado de Oaxaca e leste de Tabasco até a Costa Rica;
  • Troglodytes musculus carychrous (Wetmore, 1957 ) – ocorre no Panamá, na ilha de Coiba;
  • Troglodytes musculus inquietus (S. F. Baird, 1864) – ocorre no extremo sul da Costa Rica, no Panamá e no arquipélago das Ilhas Pérolas;
  • Troglodytes musculus atopus (Oberholser, 1904) – ocorre no norte da Colômbia, na região de Santa Marta;
  • Troglodytes musculus striatulus (Lafresnaye, 1845) – ocorre no oeste da Cordilheira dos Andes, na região central da Colômbia;
  • Troglodytes musculus columbae (Stone, 1899) – ocorre no leste da Colômbia e no oeste da Venezuela;
  • Troglodytes musculus tobagensis (Lawrence, 1888) – ocorre na ilha de Tobago;
  • Troglodytes musculus audax (Tschudi, 1844) – ocorre no litoral árido do oeste do Peru; da região de Cajamarca até o norte de Ica;
  • Troglodytes musculus puna (Berlepsch & Stolzmann, 1896) – ocorre na puna do norte do Peru até o noroeste da Bolívia na região de La Paz;
  • Troglodytes musculus carabayae (Chapman & Griscom, 1924) – ocorre na região central e sul do Peru; em Junín, Cusco e Puno;
  • Troglodytes musculus tecellatus (Orbigny & Lafresnaye, 1837) – ocorre na região costeira do sul do Peru; de Arequipa até o norte do Chile na região de Tarapacá;
  • Troglodytes musculus atacamensis (Hellmayr, 1924) – ocorre no norte do Chile, na região de Antofagasta, Atacama e no norte de Coquimbo;
  • Troglodytes musculus bonariae (Hellmayr, 1919) – ocorre no sul do Brasil, Uruguai e no nordeste da Argentina;
  • Troglodytes musculus chilensis (Lesson, 1830) – ocorre no sul do Chile e no sul da Argentina até a Terra do Fogo;
  • Troglodytes musculus rex (Berlepsch & Leverkuhn, 1890) – ocorre na região central e leste da Bolívia;
  • Troglodytes cobbi (Chubb, 1909) – [é considerada uma subespécie de Troglodytes musculus] e ocorre nas ilhas Malvinas.
Corruíra Foto – Afonso de Bragança

Comentários:

É encontrada em bordas de matas, cerrados, caatingas, áreas alagadas, campos e áreas verdes urbanas próximas a residências. Esta espécie se assemelha a um camundongo por ter a característica de pular enquanto se locomove pelo chão, por cima de galhos úmidos e por cima de entulhos de construção. . É muito interessante se olhar para essa ave como se fosse uma “aventureira”, pois parece que gosta de explorar as coisas quando se enfia em buracos ou áreas mais escuras da mata. Além disso, ela é capaz de escalar superfícies verticais, como muros e troncos de árvores, como fazem os pica-paus.

Corruíra Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

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