Bico-chato-de-orelha-preta – (Tolmomyias sulphurescens)

O bico-chato-de-orelha-preta Tolmomyias sulphurescens é uma ave da família Rhynchocyclidae. Possui a região dorsal verde, margens das asas amarelas, região ventral amarelo-pálida com coroa acinzentada e mancha auricular escura, corre em todo o território brasileiro.

Bico-chato-de-orelha-preta Foto – Afonso de Bragança
  • Nome popular: Bico-chato-de-orelha-preta
  • Nome inglês: Yellow-olive Flycatcher
  • Nome científico: Tolmomyias sulphurescens
  • Família: Rhynchocyclidae
  • Subfamília: Rhynchocyclinae
  • Habitat: É comum em todo o Brasil, com ocorrência mais acentuada na região sudeste.
  • Alimentação: Alimenta-se de insetos caçados entre a folhagem ou eventualmente em vôo.
  • Reprodução: Faz o ninho dependurado, com entrada lateral por um pequeno túnel, põe em média 2 a 3 ovos incubados geralmente pela fêmea, embora o macho também participe, mas com menos frequência.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Bico-chato-de-orelha-preta Foto – Edgard Thomas

Características:

Mede cerca 14 cm, pode-se notar a cor acinzentada da cabeça, onde se ressalta uma área branca ao redor dos olhos e à frente, até o bico. Na ave adulta, o olho é cinza claro, característica ótima para identificá-la (no juvenil, olho marrom). O bico é branco em baixo e escuro em cima, outro detalhe importante na determinação. Garganta clara. Nas asas, duas faixas amareladas, com as penas longas de vôo com a borda clara. Barriga amarelada, com o peito levemente acinzentado.

Possui dezesseis subespécies:

  • Tolmomyias sulphurescens sulphurescens (Spix, 1825) – ocorre do sudeste do Brasil até o leste do Paraguai e noroeste da Argentina;
  • Tolmomyias sulphurescens cinereiceps (P. L. Sclater, 1859) – ocorre na porção tropical do sul do México, do estado de Oaxaca até a Costa Rica;
  • Tolmomyias sulphurescens flavoolivaceus (Lawrence, 1863) – ocorre no oeste do Panamá, da região de Chiriquí e Darién) até a Colômbia; no sudoeste da região de Bolívar;
  • Tolmomyias sulphurescens asemus (Bangs, 1910) – ocorre no oeste da Colômbia, nas regiões dos vales de Cauca e de Magdalena;
  • Tolmomyias sulphurescens confusus (Zimmer, 1939) – ocorre no leste da cordilheira dos Andes, da Colômbia até o sudoeste da Venezuela e nordeste do Equador;
  • Tolmomyias sulphurescens exortivus (Bangs, 1908) – ocorre em Santa Marta, região do norte da Colômbia até o norte da Venezuela;
  • Tolmomyias sulphurescens berlepschi (Hartert & Goodson, 1917) – ocorre na ilha de Trinidad;
  • Tolmomyias sulphurescens cherriei (Hartert & Goodson, 1917) – ocorre do sul da Venezuela até as Guianas e na Amazônia brasileira;
  • Tolmomyias sulphurescens duidae (Zimmer, 1939) – ocorre nos Tepuis do sudeste da Venezuela e na região adjacente do noroeste do Brasil;
  • Tolmomyias sulphurescens aequatorialis (Berlepsch & Taczanowski, 1884) – ocorre do oeste do Equador até o noroeste do Peru, na região de Tumbes e Piura;
  • Tolmomyias sulphurescens peruvianus (Taczanowski, 1875) – ocorre no sudeste do Equador e norte do Peru;
  • Tolmomyias sulphurescens insignis (Zimmer, 1939) – ocorre no nordeste do Peru, na região de Loreto e na região adjacente no oeste da Amazônia brasileira;
  • Tolmomyias sulphurescens mixtus (Zimmer, 1939) – ocorre no nordeste do Brasil, do leste do estado do Pará até o noroeste do estado do Maranhão;
  • Tolmomyias sulphurescens inornatus (Zimmer, 1939) – ocorre na região subtropical do sudeste do Peru, na região de Puno;
  • Tolmomyias sulphurescens pallescens (Hartert & Goodson, 1917) – ocorre no leste do Brasil, do estado de Minas Gerais até o norte da Bolívia e norte da Argentina;
  • Tolmomyias sulphurescens grisescens (Chubb, 1910) – ocorre no Paraguai e norte da Argentina, nas regiões de Chaco, Formosa e no norte de Santa Fé
Bico-chato-de-orelha-preta Foto – Edgard Thomas

Comentários:

O canto é chamativo e, depois de aprendido, fica mais fácil localizar a ave. Canta o ano inteiro, sendo que de julho a dezembro emite o chamado durante todo o dia. Fica ativo até nas horas mais quentes do dia, com seu assobio alto, composto de duas ou três notas agudas. Em geral, o primeiro é mais curto, com os seguintes um pouco mais demorados, sempre espaçados entre si. Há variação individual no timbre, no espaçamento e no número de notas. Insetívoro da parte média da mata seca e cerradão, ocasionalmente em manchas mais largas de mata ciliar em área sem inundação. Comum nos ambientes típicos, difícil de ser observado pela camuflagem da cor olivácea do corpo com a folhagem. Pousa em locais expostos (galhos e cipós), mas o comportamento de ficar parado à espera de uma presa passando também dificulta a localização. Depois de visualizado, é fácil de ser seguido, por dar pequenos vôos até o próximo poleiro. Territorial, vive solitário ou em casais. É residente o ano todo no mesmo local

Bico-chato-de-orelha-preta Foto – Afonso de Bragança

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências

Maracanã-do-buriti – (Orthopsittaca manilatus)

A Maracanã-do-buriti Orthopsittaca manilatus é uma ave da família Psittacidae. Conhecida também como arararana e maracanã-de-cara-amarela. Ocorre da América Central até a Argentina em quase todos os países.

maracanã-do-buriti Foto – Edgard Thomas
  • Nome popular: Maracanã-do-buriti
  • Nome inglês: Red-bellied Macaw
  • Nome científico: Orthopsittaca manilatus
  • Família: Psittacidae
  • Subfamília: Arinae
  • Habitat: É encontrada a leste da Venezuela, Trinidad e Guianas, sudeste da Colômbia, leste de Equador e Peru, até o norte da Bolívia. Presente na Amazônia brasileira e no Piauí, oeste da Bahia, Minas Gerais e extremo nordeste de São Paulo. Encontrada também da Venezuela à Bolívia.
  • Alimentação: Alimenta-se nos buritizais dos cocos dessa palmeira em bandos com mais de 100 indivíduos.
  • Reprodução: Reproduz em buracos de árvores feitos por Pica-paus ou em palmeiras mortas, frequentemente sobre a água. Geralmente põe 2 ovos. Nidifica entre fevereiro e junho.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
maracanã-do-buriti Foto – Edgard Thomas

Características:

Mede cerca de 44 cm de comprimento. Tem a cor verde que contrasta com a face amarela pálida nua e áspera, cabeça quase toda azul, bico pequeno e negro, extremo das asas azuis. Uma parte grande castanha-avermelhada no centro do abdômen, asas e rabo amarelados por baixo.

maracanã-do-buriti Foto – Edgard Thomas

Comentários:

Frequenta a copa de buritizais com preferência por alagados, onde buritis mortos e ocos são abundantes e florestas de galeria. Quando algum intruso se aproxima, prefere esconder-se nos buracos dos buritis a fugir voando.

maracanã-do-buriti Foto – Edgard Thomas

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2016.

Referências