Perdiz – (Rhynchotus rufescens)

Perdiz – (Rhynchotus rufescens)

A perdiz Rhynchotus rufescens é uma ave da família Tinamidae. Ocorre no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

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  • Nome popular: Perdiz
  • Nome inglês: Red-winged Tinamou
  • Nome científico: Rhynchotus rufescens
  • Família: Tinamidae
  • Habitat: Ocorre em todo o Brasil até o sul do rio Amazonas. Encontrado também na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Ocorre excepcionalmente na ilha do Marajó, onde foi introduzida.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de cupins, gafanhotos e outros insetos, além de sementes, raízes e tubérculos e, ocasionalmente, pequenos roedores. Procura alimento ciscando o solo com suas fortes pernas e utiliza o bico forte para cavar a terra. Seus filhotes têm alta necessidade de proteína, que acelera seu crescimento, sendo capazes de buscar seu próprio alimento assim que nascem.
  • Reprodução: Reproduz-se construindo um pequeno buraco na terra onde faz o ninho, com palhas secas, capim e até penas, feito pelo macho. É o macho também que choca as ninhadas de 3 a 9 ovos de coloração cinzento escura ao chocolate, e cuida dos filhotes, que nascem após cerca de 21 dias (em média). O período de postura dessas aves vai de setembro a março. Nesta época canta desde o amanhecer, não parando nem mesmo nas horas de sol mais quente. O ninho é feito sob o abrigo de uma touceira de capim. Após a postura a fêmea, piando sempre, sai em busca de outro companheiro para preparar nova ninhada. O macho é o responsável pela incubação dos ovos.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante
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Características:

Mede em média entre 38 e 42 cm de comprimento. O macho pesa entre 700 e 920 gramas e a fêmea, um pouco maior, pesa entre 815 e 1040 gramas de peso. A cabeça é coroada com uma pequena crista negra, que sempre é visível especialmente em machos no período de acasalamento. Seus lores são de cor bege e a região auricular é marrom escuro. O pescoço e o peito são de coloração canela mais escuro nas sua porção superior. O ventre é de coloração castanho claro barrado. O dorso é escuro, fortemente barrado de marrom escuro e bege. As asas são mais claras que o dorso e apresentam listras marrons, cinza e branco. Em voo, nota-se que as primárias são de coloração castanha. O bico é longo e ligeiramente curvado para baixo. A mandíbula apresenta a coloração cinza claro e a maxila é esbranquiçada. A íris é verde claro e a pupila é negra. Os tarsos e pés, com seus três dedos, são de coloração cinza claro. Suas penas de voo são avermelhadas, característica única nessa família. Não apresenta dimorfismo sexual aparente durante a maior parte do ano. Na estação reprodutiva notam-se machos com menor tamanho e pescoço bastante fino. Os machos apresentam ainda inchaço bastante evidente da região de cloaca, ficando fácil a identificação no período. Os juvenis têm uma mistura de cor marrom acinzentado, porém mais apagada que a dos indivíduos adultos.

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Rhynchotus rufescens rufescens (Temminck, 1815) – ocorre do sudeste do Peru até a Bolívia, leste do Paraguai, sudeste e sul do Brasil e nordeste da Argentina. Difere da subespécie catingae pela coloração menos acinzentada e mais marrom na porção superior da ave, seu barrado dorsal também é mais pardacento do que na subespécie catingae. Sua coloração geral é menos acinzentada do que a da subespécie pallescens. (Blake, 1977).
  • Rhynchotus rufescens catingae (Reiser, 1905) – ocorre na região central e nordeste do Brasil. Esta subespécie apresenta coloração acastanhada na porção superior. É mais marrom-acinzentada do que a subespécie nominal e tem as barras dorsais claras menos pardacentas. Partes posteriores do corpo da ave são mais acinzentadas, especialmente nos flancos e no crisso. Distingue-se da subespécie pallescens por ter o pescoço com a coloração ocrácea mais escura. (Blake, 1977).
  • Rhynchotus rufescens pallescens (Kothe, 1907) – ocorre no norte da Argentina, desde a região leste da província de Formosa até a província de Rio Negro ao sul. Esta subespécie apresenta coloração geral mais acinzentada do que na subespécie rufescens. É semelhante à subespécie catingae, com barras pálidas na região dorsal e mais cinzenta na porção inferior da ave. A coloração ocrácea do pescoço é mais pálida e frequentemente apresenta barrado discernível, mas nunca muito intenso. (Blake, 1977).
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Comentários:

Frequenta campos sujos, cerrados, buritizais e caatingas. A perdiz é mestre em camuflagem. Quando ameaçada pela aproximação de um inimigo, confunde-se com os capins, abaixando-se logo que pressente o perigo. Se o estranho se aproxima mais ainda de seu esconderijo, salta subitamente em voo rápido e barulhento, sumindo lá adiante na vegetação campestre. Tem capacidade ainda de se fingir de morta, como último recurso.

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Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

Referências

Saíra-negaça – (Ixothraupis punctata)

A saíra-negaça Ixothraupis punctata é uma ave da família Thraupidae. Ocorre no Brasil, Venezuela, Guianas, Peru, Equador e Bolívia.

Foto – Luiz Bravo
  • Nome popular: Saíra-negaça
  • Nome inglês: Spotted Tanager
  • Nome científico: Ixothraupis punctata
  • Família: Thraupidae
  • Subfamília: Thraupinae
  • Habitat: Ocorre no Brasil, na parte oriental da Amazônia, desde Roraima até o Mato Grosso, Roraima, Amapá, Pará, Mato Grosso e Amazonas. Encontrado também na Venezuela, Guianas, Peru, Equador e Bolívia.
  • Alimentação: Alimenta-se basicamente de frutos. Também come insetos e pode eventualmente alimentar-se de pólen das flores.
  • Reprodução: Reproduz-se construindo um ninho em formato de taça. Põe em média 2 ou 3 ovos por ninhada, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 15-17 dias. . Atinge a maturidade sexual aos 12 meses.
  • Estado de conservação: Pouco preocupante.
Foto – Aisse Gaertner

Características:

Mede em média 12 cm de comprimento. Espécie amazônica relativamente pequena, com plumagem dotada de aparência escamosa contrastante. Os jovens tem o peito e abdômen estriados de negro. Voz fina, aguda e um canto chilreado rápido. ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXUAL

Possui cinco subespécies:

  • Ixothraupis punctata punctata (Linnaeus, 1766) – ocorre na região tropical do Sul da Venezuela, nas Guianas e no Norte da Amazônia brasileira;
  • Ixothraupis punctata zamorae (Chapman, 1925) – ocorre na região tropical Leste do Equador e no Norte do Peru;
  • Ixothraupis punctata perenensis (Chapman, 1925) – ocorre na região tropical e subtropical do Leste do Peru, na região de Chanchamayo;
  • Ixothraupis punctata punctulata (P. L. Sclater & Salvin, 1876) – ocorre no Norte da Bolívia, na região de La Paz e na região de Cochabamba;
  • Ixothraupis punctata annectens (Zimmer, 1943) – ocorre na região subtropical Sudeste do Peru, na região do Rio Inambari.
Foto Luiz Bravo

Comentários:

Frequenta as copas de árvores em florestas subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude e florestas subtropicais ou tropicais úmidas de montanha.

Foto – Luiz Bravo

Consulta bibliográfica sobre a espécie:

  • FRISCH, Johan Dalgas; FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição. Ed. Dalgas Ecoltec – Ecologia Técnica Ltda.
  • SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997.
  • Sigrist, Tomas Sigrist; Guia de Campo Avifauna Brasileira 1ª edição 2009 Avis Brasilis Editora.
  • ITIS – Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.

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